UNE denuncia repressão na universidade da Ulbra-Canoas (RS)
Já denunciada em matérias anteriores, a coação por parte da diretoria de algumas instituições de ensino tem prejudicado o livre direito das entidades estudantis realizarem o processo eleitoral de delegados para o 50º Congresso da UNE, a se realizar de 4 a
Publicado 20/06/2007 18:36
O diretores da UNE, Bruno Vanhoni e Rafael Simões, fizeram uma reunião com a prefeitura do campus informando sobre o processo eleitoral e comunicando as decisões da Comissão Nacional de Eleição, Credenciamento e Organização do Congresso (CNCO) da UNE.
Os estudantes então começaram a realizar o tradicional ''sala a sala'' divulgando as eleições, explicando os alunos como participar e tirando dúvidas a respeito do 50º Congresso da UNE. Os seguranças da universidade, assim como na Uniban, deram então início a um processo de intimidação.
''Procuramos o prefeito novamente e na segunda reunião ele informou, arbitrariamente, que os diretores da UNE, no caso eu e o Rafael, representantes da CNCO, estávamos proibidos de organizar e divulgar as eleições para delegados e delegadas da Ulbra – Canoas, e que quem iria organizar isso era o DCE da Ulbra'', conta Bruno. (veja ao lado o comunicado)
''Os DCE´s tem prioridade para organizar todo processo eleitoral, mas para isso a entidade deveria ter se inscrito junto a CNCO até o dia 12 de abril. Acontece que na Ulbra o DCE não fez isso'', explica Bruno.
Sem chance nenhuma de diálogo com a direção da instituição, os diretores da UNE não tiveram alternativa que não fosse a judicial. Eles protocolaram um mandato de segurança com ação cautelar para garantir que o processo de escolha dos delegados da ULBRA ao congresso da UNE seja organizado e divulgado. ''É bom deixar claro que a ação judicial foi último recurso para garantir o direito dos estudantes da ULBRA de participar dos fóruns do movimento estudantil. Porém lamentamos a postura do Prefeito do Campus de interferir nas questões relativas ao movimento estudantil, quebrando assim a autonomia das entidades estudantis'', protesta Bruno.
Logo após a decisão do juiz, os estudantes voltaram a passar nas salas divulgando o congresso e denunciando o DCE por impedir a publicidade do processo e a prefeitura do Campus por tentar impedir as eleições.
Na opinião da Vice-presidente da UNE, Louise Caroline, casos como esses estão acontecendo em outras universidades e apenas demonstram que ainda existem direções que preferem a repressão ao diálogo com o movimento estudantil, lembrando resquícios da ditadura. ''Este não é um caso isolado. Ainda hoje, muitas vezes, quando vamos nas universidades exercer a nossa legítima função de representante estudantil, as direções usam de várias formas, até mesmo intimidações e violência para reprimir o movimento. Vamos denunciar e continuar garantindo a livre organização estudantil'', diz.
O processo eleitoral começou no sábado dia 16/05 e terminou dia 19/06.