Mea culpa: G8 fecha pacote de US$ 60 bi para ajudar a África

Os chefes de Estado dos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia (G8) chegaram a um acordo para um novo programa de ajuda à África, no valor de US$ 60 bilhões, que vai contribuir para a luta contra a aids, a tuberculose e a malária. Porém, at

Segundo a ministra de Cooperação Econômica da Alemanha, Heidemarie Wieczorek-Zeul, o programa de ajuda se baseia na iniciativa apresentada há duas semanas pelo presidente americano, George W. Bush, para combater as doenças infecciosas no continente.



O acordo fechado durante a cúpula do G8 em Heiligendamm estabelece que os Estados Unidos oferecerão a metade do valor total. Os outros US$ 30 bilhões serão dos outros membros do G8.



A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e líderes de cinco países africanos descreveram o acordo como uma conquista da reunião de três dias, da qual resultou também uma declaração, divulgada na quinta-feira, sobre um comprometimento com a redução das emissões de gases do efeito estufa.



“Estamos cientes de nossas obrigações e desejamos cumprir as promessas que fizemos. E vamos fazer isso”, afirmou Merkel.



Menos do que o prometido



Ativistas da área reclamaram que os países ricos haviam descumprido a promessa de duplicar a ajuda ao desenvolvimento, promessa essa feita na cúpula do G8 de 2005, em Gleneagles (Escócia).



Os mesmos ativistas não se mostraram impressionados com as declarações de sexta-feira que, segundo eles, apenas reafirmavam as promessas de dois anos atrás.



A declaração não estipula um cronograma específico, limitando-se a afirmar que o dinheiro será enviado “ao longo dos próximos anos” e nem identifica os países individualmente ou quanto dessa quantia já havia sido prometido.



“Estou indignado”, afirmou o cantor Bono, ativista da luta contra a pobreza. “Acho que essa é uma linguagem deliberada de ofuscamento. Isso é algo feito intencionalmente para nos enganar.”



Na semana passada, Bush anunciara planos para dobrar os gastos americanos com a luta contra a Aids, para um total de 30 bilhões de dólares em cinco anos, uma soma incluída na cifra de US$ 60 bilhões citada pelo G8.



Steve Cockburn, do grupo Campanha Detenham a Aids, afirmou que a promessa ficava aquém das metas impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e segundo as quais os países do G8 deveriam reservar anualmente, até 2010, US$ 15 bilhões para a luta contra a doença.



Da redação, com informações de agências internacionais