Chávez elogia Lula e acusa EUA de articularem novo golpe

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta quarta-feira (6) que as manifestações ocorridas em seu país após ter negado a renovação da concessão à emissora RCTV são uma nova tentativa de golpe contra seu governo, orquestrada mais uma vez pelos E

A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva realizada em Caracas – a primeira após o fim da concessão à RCTV.



Perguntado a respeito da relação com o Brasil e o presidente Lula, após os ataques feitos pelo Senado brasileiro, Chávez mais uma vez destacou a boa relação entre os dois países.



Confira abaixo alguns trechos da entrevista:



Lula
“Quero agradecer as declarações do presidente Lula, que [outros] vêm tentando manipular, certamente, mas não vão conseguir. Venezuela e Brasil continuarão juntos. Eu respondo da mesma maneira: você é um grande amigo, um grande presidente e um grande homem, humilde, e é isso o que lhe faz grande [Lula disse que a não-renovação da concessão é questão interna da Venezuela].



Marco Aurélio Garcia, que é um grande amigo, disse: “Não me venham com essas bobagens outra vez. Na Venezuela há democracia, eu tenho andado na Venezuela”. (…) Lula mesmo já disse que na Venezuela há excesso de democracia.”



Manifestações
“Essa é a estratégia do golpe suave [mostra um desenho de dinamite]. Eu chamo de pavio lento. A estratégia é fácil, mas nós já a descobrimos. Eles querem acender o pavio para que ela ande até que um evento qualquer, a qualquer momento, faça estourar a carga explosiva.



A batalha nossa está aqui. Eles acendendo, e nós apagando o foguinho (…) Eles vão tentar aumentar [o pavio]. Só que aqui essa explosão não vai ocorrer. (…) Aqui, os únicos que podem causar a explosão são as massas populares, e não a oligarquia.”



Bush
“Acuso o presidente George W. Bush de estar por trás de tudo isso. Vão fracassar, e faço um chamado aos venezuelanos de boa-fé para que não se deixem ser utilizados, para que não se deixem ser manipulados.”



Revolta jacobina
“O que poderia ocorrer é um conjunto de pequenas explosões (…) que poderia dar nascimento a uma grande explosão. Mas seria uma grande explosão revolucionária.



Estamos tentando cortar o pavio. Mas, se não pudermos conseguir isso, porque estão colocando muito dinheiro, reuniões em Miami e em outros países da América Latina… Nós estamos dedicados 24 horas com inteligência, contra-inteligência, aqui, na América Latina e até dentro dos EUA. Já neutralizamos lugares onde havia armas de guerra, bombas molotov, fuzis. E vamos continuar.



Agora, senhor George W. Bush e seus ideólogos do golpe suave em pavio lento, senhores, esse plano de vocês, aqui na Venezuela, esqueçam. Em último caso, o que poderia ocorrer é uma explosão desproporcional. Jacobina. Não queremos que ocorra. Se ocorrer, eu estarei à frente. (…) O governo estaria ao lado do povo, conduzindo a explosão revolucionária.”



EUA e OEA
“A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condolezza Rice, se aborreceu [durante reunião da OEA em que discutiu com o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro] e saiu como um raio. Esses são os sinais da decadência imperial.



Foi uma grande derrota para o império [Rice propôs, sem sucesso, que a OEA investigasse em Caracas o fim da licença da RCTV]. Não conseguiram quem fizesse o trabalho sujo.”



Concessão da Globo
“Alguém escreveu um artigo perguntando: “Quando é que termina a concessão da Globo?”. Muita gente na Europa, na América Latina, no mundo, [está se inteirando] que esses sinais que saem por aí são produto de uma concessão.”


 


Da redação, com agências