Messias Pontes: Reforma política como antídoto contra a corrupção
A endêmica corrupção que grassa no País parece não ter fim, apesar das mais de 300 operações levadas a cabo pela Polícia Federal nos últimos quatro anos. A sociedade assiste estarrecida aos noticiosos diários que apontam pessoas envolvidas em maracutaias
Publicado 30/05/2007 08:56 | Editado 04/03/2020 16:37
A corrupção no País remonta ao Brasil Colônia, atravessa o Império e ganha corpo na República, tendo seu maior vigor no desgoverno tucano-pefelista (demoníaco) de
Com a ascensão das forças progressistas ao poder central, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ficou imune à corrupção. Os sofisticados esquemas de corrupção que atuaram quase que livremente no período de
A diferença fundamental entre os dois períodos é que no anterior, com a conivência e beneplácito da mídia, nada se apurava. Tanto assim que nos oito anos do Coisa Ruim a Polícia Federal permaneceu com um efetivo de cinco mil policiais, tendo realizado tão-somente 20 operações e efetuado a prisão de apenas 54 corruptos, ao passo que no governo do presidente Lula o efetivo foi aumentado para 11 mil e as operações realizadas contra a corrupção, o crime organizado, a lavagem de dinheiro etc., já ultrapassam a casa das três centenas, e o número de prisões se aproxima dos seis mil. Hoje pode-se dizer que a Polícia Federal é uma instituição republicana.
Uma utopia que deve ser alimentada é a erradicação da corrupção. Sabemos que isso é quase impossível, mas alguns mecanismos para a sua substancial diminuição podem ser utilizados no curto prazo, e o mais urgente a ser posto em prática é a reforma política, reforma esta que deveria ter sido feita há muito tempo. Mas com uma forte pressão da sociedade ela pode ser votada ainda este ano.
Essa reforma política tem de ser a mais democrática possível, e isso só será possível contemplando o pluripartidarismo, a fidelidade partidária, a lista fechada e pré-ordenada e, sobretudo, o financiamento público exclusivo de campanha. É justamente no financiamento privado de campanha que mora a corrupção, e tanto isto é verdade que as forças políticas mais conservadoras e corruptas são contra.
Dizer que o financiamento público exclusivo de campanha é muito caro é a maior falácia. O financiamento privado é muito mais caro, pois o candidato eleito vai para o Parlamento ou para o Executivo representar a si e o seu financiador, pois ninguém financia candidato sem cobrar o retorno, muitas vezes em dobro, do que foi “investido” naquela candidatura. Os exemplos estão aí para provar, principalmente mo caso da operação levada a cabo atualmente pela Polícia Federal, denominada Operação Navalha.
O empresário Zuleido Veras, dono da construtora Guatama, ora preso na carceragem da Polícia Federal, em Brasília, nada mais está fazendo que cobrando o que “investiu” em muitas candidaturas, e continua “investindo” em futuras.
Messias Pontes é jornalista