Sindicato divulga nota em repúdio ao pacote de maldades do BB
A nomenclatura dos documentos oficiais da Diretoria do Banco do Brasil (“dinâmica de gestão”, “centralização de processos”, “modernas práticas de mercado”) não conseguem maquiar o autêntico pacote de maldades que acaba de ser anunciado.
Publicado 10/05/2007 09:45 | Editado 04/03/2020 16:37
O Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará repudia, denuncia e chama à resistência. Funcionários e funcionárias do Banco do Brasil já estão evoluindo do estado de tensão máxima para a resistência objetiva na luta que terá a medida e o tamanho necessários para reversão plena do ataque que acaba de ser desferido.
Em Fortaleza, a resistência deu sinais de vitalidade. Na segunda, houve debates, protestos e informes. Na terça-feira, o sinal inicial mais contundente de resistência se deu na Gerência de Logística (GEREL) que, sob a coordenação e comando do Sindicato, paralisou inteiramente suas atividades. Também o NUCAC respondeu protestando com paralisações.
A sociedade precisa ser bem informada do que se passa no Banco do Brasil. É a ela que este deve sua existência e não a diretores e governantes de plantão.
O autoritarismo do pacote se manifesta na sua feitura inteiramente à revelia dos trabalhadores que não foram chamados a discutir o seu conteúdo, mesmo tendo suas vidas profundamente atingidas: possibilidade de mudança de local de trabalho e mesmo de cidade, de redução de salário e até mesmo de saída da Instituição BB. Isso porque o pacote inclui o corte de 3900 postos de caixas-executivos na GEREL e NUCAC, entre outras coisas. O assédio moral está correndo solto nas unidades do BB. Este assédio busca implantar a ferro e fogo o inaceitável. Responderemos igualmente a esta postura contemporânea da Idade da Pedra Lascada.
O atraso do mesmo pacote se torna claro quando se tem como parâmetro uma política que mereça o nome de Política de Gestão de Pessoas. No caso foi a dinâmica dos interesses de mercado que ditou as medidas que hoje infernizam os funcionários do BB. Um exemplo é o fim de toda e qualquer substituição de comissão no banco. Dessa forma, se um funcionário precisa se ausentar, ninguém será oficialmente designado para realizar suas funções.
As ilegalidades do malfadado pacote ficam patentes quando se anuncia uma terceirização que já foi derrotada na Caixa Econômica Federal pela força do movimento sindical bancário cutista. Hoje a CEF, cumprindo Termo de Ajuste de Conduta (TAC), paulatinamente realiza concursos públicos e recompõe legalmente sua força de trabalho. O pacote ainda mantém a carga horária em oito horas, eximindo-se de adequá-la à legislação.
O Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará está tomando uma série de medidas nos campos jurídico e político (audiências com o Delegado Regional do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, além de gestões junto a parlamentares diversos) para impedir que o BB implemente essas medidas nocivas aos bancários e à sociedade brasileira.
O Banco do Brasil deve ser um instrumento do desenvolvimento nacional. Os funcionários devem ser agentes deste desenvolvimento, na medida em que sejam reconhecidos como tais. Neste momento, o Sindicato dos Bancários reafirma sua crítica plena às medidas, sua decisão de barrá-las num processo de lutas permanente que tem nos próprios trabalhadores organizados e unidos o centro dela.
É hora de reverter a pauta imposta. PCC/PCS, jornada de 6 horas e isonomia – são pontos mínimos da agenda dos trabalhadores bancários. Rechaçar a precarização das relações de trabalho e construir pela força da mobilização uma nova agenda – é o desafio para o qual o Sindicato conclama a unidade de todos, sem exceção.
Nesta quarta-feira, 19h, os funcionários do BB, estarão reunidos em Assembléia Geral, na sede do Sindicato, para discutir e deliberar sobre os rumos do movimento. Na próxima segunda-feira (14/5), a partir das 14h30, por iniciativa do dep. estadual Nelson Martins, a Assembléia Legislativa estará discutindo o problema em Audiência Pública.
Por fim, o Sindicato não pode deixar de cobrar do Governo Lula uma atitude firme que reponha minimamente a tranqüilidade no seio dos trabalhadores do Banco do Brasil. As ações e os rumos implantados pela atual Diretoria do Banco do Brasil parecem mesmo querer preparar o terreno para uma privatização futura. É hora de consertar radicalmente este rumo, tornando o BB um autêntico banco público. E é obrigação do governo Lula fazê-lo enquanto é tempo. É nossa exigência e simultaneamente nossa esperança que se manifestará na luta até que se removam todos os obstáculos.
Fonte: CUT/Ce