“Vencendo a morte”: Os 30 anos das Mães da Praça de Maio
Há 30 anos, as Madres de Plaza de Maio começaram uma vigília para que seu filhos detidos-desaparecidos jamais caíssem em esquecimento, entraram para a história da Argentina e se constituíram como um dos principais símbolos de resistência em toda a América
Publicado 28/04/2007 12:46
Durante todo este mês, foram feitas várias atividades, entre caravanas que percorreram cidades argentinas e ações de solidariedade. Foi o que aconteceu na quinta-feira (26), quando a partir da meia-noite as mães iniciaram um jejum em apoio aos professores que estão em greve e para que as crianças possam voltar às aulas. Às 15h30 começaram novamente a marcha na Praça – o que se repete toda quinta-feira desde 1977.
A história das Madres começa com a ditadura militar na Argentina. Na década de 70 foram muitos os desaparecidos. Sem ter notícias de seus filhos, as mães percorriam todos os lugares oficiais e não-oficiais em busca de notícias. Quando a ditadura se instalou os casos de desaparecidos aumentaram consideravelmente. E, com isso, a busca das mães.
O primeiro encontro
Segundo conta Hebe Bonafini, fundadora da associação, sem respostas para seus questionamentos e angustiadas, depois de mais uma ida a Igreja Stella Maris, as mães decidiram ir até a Plaza de Mayo para redigir uma carta, na qual pediam uma audiência para saber o que, afinal, havia acontecido com seus filhos. Era um sábado, 30 de abril.
“Não demos conta que não tinha nenhum sentido. Era um 30 de abril. Decidimos voltar na outra semana, numa quinta-feira. E na outra semana também na quinta-feira”, conta Hebe, no site oficial das Madres. “Quando nos demos conta que íamos avisando uma às outras que nas quintas, às 15h30, nos reunimos nessa praça, num banco, não caminhávamos, nem marchávamos”.
Atualmente, além de manterem viva a memória de seus filhos, a associação atua em outras frentes, como a construção de moradias, e da Universidade Popular Madres da Plaza de Mayo.