CSC derrota chapa do patrão com 56% dos votos no Sintect/RJ
Apesar da aliança entre Articulação, MRL e PSTU, que contaram com o apoio da direção regional da ECT no Rio de Janeiro, a Corrente Sindical Classista (CSC) venceu a eleição do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro (Sintect/RJ) com
Publicado 20/04/2007 21:52 | Editado 04/03/2020 17:06
A eleição aconteceu nos dias 17, 18 e 19 de abril em todas as unidades dos Correios no estado. Nesta eleição estava em jogo mais do que a possibilidade de mudança de força política na direção sindical. A disputa era entre a manutenção do sindicato na mão dos trabalhadores ou a capitulação da entidade, que seria comandada pela direção regional da ECT, formada por membros da Articulação e que, segundo denúncias, utilizou a máquina pública para apoiar a chapa 3, caracterizada pela categoria como chapa do patrão.
A CSC concorreu com a chapa 2 – Por um sindicato classista, independente e de luta -, que recebeu 2.682 votos válidos. A chapa 3 (Articulação, MRL e PSTU, este último transformada em força auxiliar da Articulação) ficou com 1.496. A de número 4 – formada pelo PCO – obteve 159 e a chapa 5 – Alternativa Ecetista – teve 360 votos.
Novo pleito
Esta foi a segunda vez que os trabalhadores foram às urnas. No pleito realizado em dezembro, a justiça anulou a eleição por falta de prazo na publicação do edital das eleições, além de manobras das chapas opositoras. Entretanto, o juiz Leonardo da Silva Pacheco não levou em conta que a data foi aprovada em congresso estadual – órgão máximo dos ecetistas. Com o fim da gestão, a CSC, que dirigia o sindicato, convocou a assembléia que elegeu a Junta Governativa, saindo vitoriosa.
Apoio patronal
Já em dezembro, a direção da empresa, em conluio com a chapa da Articulação, jogou todo o seu apoio na chapa 3. Segundo os diretores do Sintect/RJ, a estrutura da empresa foi usada com chefes de unidades liberados para fazer campanha, uso de carros e, principalmente, assediando os trabalhadores a votarem na chapa 3.
Para a secretária-geral do Sintect/RJ, Ana Zélia, “o fato mais importante foi que a categoria respaldou o trabalho do sindicato. Os trabalhadores também souberam discernir o que é a entidade e o que é a empresa e não deixaram a chapa do patrão tomar conta do sindicato, que desta forma continuará na mão dos trabalhadores. Mas contamos com toda a categoria e dos setores de oposição para implementar as lutas sindicais, principalmente em relação à campanha salarial – que será no segundo semestre -, a implantação de um novo Plano de Cargos e Carreiras e a aprovação do projeto de periculosidade para os carteiros”.
Para Ronaldo Leite, agora diretor de Formação do Sindicato, “essa expressiva vitória mostra que a CSC está cada vez mais enraizada na categoria, que confiou na política sindical da Corrente Sindical Classista”.
O Sintect/RJ é o segundo maior sindicato dos trabalhadores dos Correios do Brasil, perdendo apenas para São Paulo, e abrange todos os municípios do Rio de Janeiro.