Mulheres debatem Previdência
Movidas por proposta de redução de direitos das trabalhadoras em uma próxima reforma da previdência, mulheres se organizam para exigir participação em fórum
Publicado 17/04/2007 09:20 | Editado 04/03/2020 16:52
Diminuir desigualdades
A carta que convocou o Fórum Paralelo destaca que “a Política de Previdência social deve contribuir para superar – e não para reproduzir – as desigualdades no mundo do trabalho, vividas pelas mulheres e outros segmentos de trabalhadores hoje submetidos à desproteção”. Outra preocupação presente nos debates diz respeito à ameaça de se acabar com o direito à diferença de idade da aposentadoria da mulher – menor em cinco anos em relação à aposentadoria masculina.
A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG), que foi a primeira presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), defende a diferença de idade, alegando a dupla jornada feminina: “lembro bem a dura a batalha que já travávamos para que a maternidade fosse compreendida em sua função social e a dupla jornada de trabalho – o doméstico – reconhecida como um acréscimo de desgaste da mulher. Parece que as pessoas esquecem que, quem cuida dos filhos, dos doentes da casa, das tarefas domésticas são exatamente aquelas que também trabalham nas fábricas, lojas, escolas, academias, na informalidade até”.
Argumento estrangeiro
Para a deputada, os argumentos apresentados para justificar o fim do benefício, como a comparação com outros países, não condizem com a realidade brasileira. “Comparar com países como a Suécia, onde não existe a diferença, são argumentos de quem ou desconhece a situação daquele rico país ou não conhece o Brasil”, argumenta Jô.
Jô Moraes esteve presente ao Fórum Itinerante e Paralelo da Previdência Social, debate do qual participaram cerca de trezentos homens e mulheres e que resultou em inúmeras sugestões sobre o tema, as quais serão encaminhadas ao Fórum oficial.
De Belo Horizonte
Luana Bonone