Pistoleiro que matou sindicalista no PA é condenado a 29 anos de prisão
O Tribunal do Júri da Comarca de Belém condenou na quinta-feira (12) o pistoleiro Wellington de Jesus Silva a 29 anos de prisão, em Belém, pelo assassinato do integrante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará José Dutra da Costa, conhe
Publicado 14/04/2007 19:50
O pistoleiro foi condenado por unanimidade de votos pelo crime praticado em 21 de novembro de 2000. Wellington matou Dezinho em troca de um recompensa. De acordo com Aton Fon Filho, o advogado que atuou na acusação, o crime teria sido encomendado por um fazendeiro local. O crime se tornou símbolo da luta pela reforma agrária pelos movimentos sociais no estado.
Em novembro do ano passado, Wellington Silva já havia sido condenado, no entanto, os advogados de defesa recorreram e conseguiram um novo julgamento, já que a pena imposta havia sido superior há 20 anos. Como essa última decisão é final, o pistoleiro não poderá mais recorrer, pois o pedido por um novo júri só pode ocorrer uma vez.
De acordo com Aton Filho, os familiares e movimentos sociais ficaram satisfeitos com a condenação de 29 anos do pistoleiro: “A esposa estava satisfeita porque ela entendia que essa condenação significa que o Estado brasileiro e o Poder Judiciário deram um passo no sentido de acabar com impunidade para os crimes no campo”.
Para o advogado classificou o resultado do julgamento como uma vitória para o Pará. “É um estado em que acontecem muitos crimes contra lideranças, defensores dos direitos dos trabalhadores e dos direitos humanos. Esta condenação demonstra que existe sim, uma réstia de luz, uma possibilidade de que se faça justiça no Pará”.
Segundo o advogado, Wellington Silva foi preso em flagrante pela própria vítima logo após o homicídio. Depois de ser alvejado pelo pistoleiro, Dezinho abraçou-se a ele e ambos caíram em um buraco. “Por conta disso ele foi preso e ele próprio relatou que havia sido contratado para praticar o crime por um primo dele, que teria sido contratado como intermediário pelo fazendeiro José Décio Barroso Nunes”, explicou Filho.
O advogado afirma que o fazendeiro teria encomendado a morte do sindicalista porque ele estava denunciando o uso irregular de terras por fazendeiros locais. “O Dezinho defendia que as terras griladas retornassem ao patrimônio público para serem usadas na reforma agrária”.
Aton Filho informa ainda que o Poder Judiciário de Rondon do Pará impronunciou o fazendeiro José Décio Barroso Nunes. O que significa que a justiça entendeu que ele não tinha relação com o crime. No entanto, o advogado destaca que ainda há um recurso pendente de julgamento. “Nós entendemos que há provas nos autos que demonstram que esse fazendeiro é o mandante principal.”
Fonte: Agência Brasil