Lula tem 3ª melhor imagem da série de 18 pesquisas CNI-Ibope

Por Bernardo Joffily
A ferramenta de busca Google Notícias indicava, no início da tarde desta quinta-feira (12), 50 matérias na internet sobre a pesquisa CNI-Ibope divulgada horas antes: delas, apenas três não tinham as palavras “cai”, “piora”, “recua”

O próprio relatório do instituto responsável pela sondagem começa com o que ao seu ver é mais importante nos resultados: “A primeira rodada da pesquisa CNI/Ibope deste ano, a 18ª desde o início do governo Lula, em 2003, e a segunda após a reeleição, mostra que o presidente mantém saldos positivos de avaliação, aprovação e confiança, e inicia seu segundo mandato com a popularidade elevada”, afirma.



Nem poderia ser de outra forma. A direção do Ibope pode ter lá suas simpatias ou antipatias, mas o decano dos institutos de pesquisa atuando no Brasil tem, afinal, um nome a zelar.



Saldo do governo caíu 8 pontos



Em seguida, o relatório aponta que, “apesar da manutenção de patamares elevados de aprovação, o estudo revela uma expressiva oscilação negativa dos indicadores de avaliação do governo em relação à rodada anterior, realizada há três meses”.



O índice de “bom” e “ótimo” do governo federal recuou 8 pontos, de 57% para 49%, em relação à pesquisa anterior, de dezembro passado. E a soma das respostas “ruim” e “péssimo” oscilou 3 pontos para cima, de 13% para 16%. Em consequência, o saldo de popularidade decaiu 11 pontos, de 44 para 33.



“Números de dezembro estavam inflados”



Ocorre que a sondagem CNI-Ibope que serve de comparação foi absolutamente excepcional. Com dados coletados em 6 de dezembro passado, pouco mais de um mês após o segundo turno da eleição presidencial, reguistrou um pico da popularidade do governo, só igualado pela primeira pesquisa da série depois da posse de Lula como presidente. “Os números de dezembro estavam inflados pelo final da campanha eleitoral, resultado da movimentação da economia no final do ano”, explicou Marco Antonio Guarita, diretor de Operações da CNI.



Veja o gráfico e os números da tabela. Ela mostra números idênticos aos da penúltima pesquisa da série, de setembro último. E estes são os melhores índices de popularidade do governo afora os dois picos excepcionais mencionados: 33 pontos de saldo positivo.



Pesquisa do instituto Sensus, divulgada na terça-feira (10) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), havia indicado elevação da avaliação positiva do governo, de 43,6% em agosto de 2006 para 49,5% em abril de 2007. A maior parte do noticiário aponta ou dá a entender uma discrepância entre as duas sondagens. Pelo contrário, ambas coincidem com precisão quase matemática: a única discrepância deriva das datas da coleta de informações pelos dois institutos.



A popularidade do presidente



A sondagem CNI-Ibope confirma a da CNT-Sensus quanto à concentração do apoio ao governo nas camadas mais pobres da opinião pública. Mas mostra também uma redução dessa preferência socialmente direcionada. As únicas camadas em que o saldo de popularidade do governo aumentou foram as de renda mais elevada: a elevação foi de 1 ponto percentual na faixa de 5 a 10 salários mínimos de renda, e de 2 pontos na faixa que ganha mais de 10 mínimos.



O mesmo aconteceu com a popularidade pessoal do presidente, que historicamente tem se situado bem acima daquela do governo. Os entrevistados que disseram que confiam no presidente Lula eram 58% em setembro, passaram para 68% em dezembro e são hoje 62%.



A pesquisa do Ibope entrevistou 2002 pessoas em 140 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.



Clique aqui para ver a íntegra do relatório da pesquisa.