África do Sul desafia sanções das potências contra o Irã
A diplomacia sul-africana decidiu testar o acordo das seis grandes potências a respeito de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU. Potência regional, tal como o Irã, a África do Sul quer amenizar as sanções previstas pelas potências, e propõ
Publicado 22/03/2007 13:07
Outras propostas de mudança no acordo foram apresentadas pela Indonésia e Catar, mas são de menor amplitude. “Penso que as emendas mais desafiadoras para os 'cinco permanentes' são as sul-africanas, bem mais desafiadoras”, disse Liu Zhenmin, vice-representante da China na ONU, esta quarta-feira (21). Ele agregou que a previsão inicial era votar a questão esta semana, “mas parece que nesta semana não é possível”.
“Gostaríamos de ter consenso”
O acordo foi pactuado entre os “cinco permanentes” (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, membros permanentes do Conselho, com poder de veto) e mais a Alemanha. E já representou uma fórmula conciliatória, para atender desde Washington, que incluiu o Irã em seu “Eixo do Mal” e não descarta uma invasão militar do país, até Moscou e Pequim, que insistem numa solução negociada com Teerã.
Jean-Marc de la Sabliere, representante da França da ONU, deixou em aberto a possibilidade de mudanças. “Existe um grande apoio ao texto, mas nós gostaríamos de ter se possível um consenso”, afirmou.
Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU pode ser votada por maioria – desde que não tenha o voto contrário de nenhum dos “cinco permanentes” com direito a veto. Votam os “cinco” e mais dez países eleitos segundo um critério regional, que se revezam a cada dois anos.
“Não estou estripando a resolução”
A África do Sul está presente pela primeira vez entre os dez do Conselho, já que no período do apartheid ela era hostilizada pela ONU devido a sua política racista. Sua proposta elimina sanções como o embargo da exportação de armas convencionais iranianas e uma lista de pessoas e instituições que teria seus ativos financeiros congelados.
O representante sul-africano no Palácio de Vidro (a sede da ONU em Nova York) disse que explicará aos membros do Conselho o sentido da proposta. “Não estou estripando a resolução, estou aperfeiçoando-a”, sublinhou.
Afora o país de Nelson Mandela e os “cinco permanentes”, o Conselho de Segurança inclui atualmente os seguintes países: Bélgica (Europa Ocidental), Eslováquia (Europa de Leste), Gana (África), Indonésia (Ásia), Itália (Europa Ocidental), Panamá (América),Peru (América), Qatar (Ásia) e República do Congo (África).
Da redação, com agências