Nicarágua confirma ações para sair da tutela do FMI

O presidente do Banco Central da Nicarágua, Antenor Rosales, confirmou nesta segunda-feira (29/1) a intenção do presidente do país, Daniel Ortega, de iniciar ações para “sair da tutela” do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Advogado, economista e ex-general do exército, Rosales disse que a Nicarágua “tem como meta garantida sair do domínio do Fundo, na medida em que se tornar independente e não precisar mais de doações e cooperação condicionada”.



Em declarações divulgadas pela revista Confidencial, Rosales disse que “pode não ser possível sair do FMI, mas é óbvio que este ano as negociações com o Fundo serão diferentes para flexibilizar a coisa e obter em breve a independência dessas políticas”.



“Rompimento cordial”
O representante do FMI em Manágua, Humberto Arbulú, concordou com Rosales quando disse que o Fundo assina acordos de curto prazo com os governos para “ajudá-los” a superar dificuldades econômicas”, e consiguirem sair da tutela do FMI. “É o que persegue o Fundo, portanto a Nicarágua planeja bem as coisas, e ainda espero que saia da tutela do FMI”, acrescentou.



Segundo o representante do FMI, há 15 anos o Fundo assina “acordos anuais ou bienais” com governos locais, mas “isso não é o mais desejável, e sim acordos curtos que impulsionem cada país a sair da tutela”.



Arbulú apoiou dessa forma as declarações do presidente Ortega diante do corpo diplomático, nas quais sugeriu ações para um “rompimento cordial” com o FMI, com o objetivo de realizar uma mudança para o desenvolvimento e o apoio aos mais pobres”. Ortega disse inclusive que as negociações com o FMI previstas para fevereiro podem ser adiadas.



Eva Zetterberg, embaixadora da Suécia, um dos principais cooperadores da Nicarágua, considerou um “sonho” de Manágua sair da tutela do FMI, e disse que “é uma meta positiva e otimista” de Ortega.