Direção do PCdoB/AP faz balanço das eleições
Por Alan Farias Sales
Em reunião realizada no último dia 18 de novembro na sede do Comitê Estadual do PCdoB, foi feito o balanço político do processo eleitoral de 2006 e a avaliação da nova correlação de forças políticas no estado pós-1º de ou
Publicado 07/12/2006 14:33 | Editado 04/03/2020 16:11
Segundo Alemão, o processo eleitoral teve dois momentos distintos. No primeiro turno houve intervenção direta da mídia, dando grande ênfase aos escândalos de corrupção e na reta final no caso do dossiê contra políticos do PSDB, esta intervenção da mídia nacional foi fundamental para que a eleição fosse ao segundo turno.
Já o segundo turno foi um momento de grande debate ideológico, onde ficaram mais nítidas as principais premissas dos dois projetos políticos em disputa. De um lado, o projeto de poder do PSDB com privatização e o desmanche do patrimônio publico, arrocho salarial e o enfraquecimento da soberania nacional; de outro o projeto desenvolvimentista, progressista e soberano encabeçado pelas forças mais avançadas da sociedade brasileira. A população teve condições de analisar mais e melhor as duas propostas e o resultado fui uma vitória expressiva das forças populares.
No quadro da atual correlação de forças, o resultado foi positivo, as forças populares alcançaram vitórias importantes em alguns estados, com destaque para as vitórias de Jacques Wagner na Bahia e Cid Gomes no Ceará, ambas em 1º turno, e de Eduardo Campos em Pernambuco, Wilma de Farias no Rio Grande do Norte e Ana Julia Carepa no Pará no 2º turno.
O presidente Lula chega ao segundo mandato com o apoio de 16 governadores e uma bancada forte no Congresso Nacional. O PCdoB também saiu fortalecido deste processo eleitoral. Apesar de não ter conseguido ultrapassar a cláusula de barreira, aumentou sua bancada na Câmara dos Deputados e elegeu depois de 61 anos um Senador da República, o deputado federal cearense Inácio Arruda .
Em seguida, ando início ao balanço das eleições estaduais no Amapá, o presidente do comitê estadual do PCdoB José Luiz Pingarilho apresentou o balanço da Comissão Política. Segundo Pingarilho, o resultado eleitoral foi positivo. O PCdoB jogou papel fundamental na reeleição do governador Waldez Góes e do senador José Sarney, além disso conseguiu eleger, pela primeira vez no estado, um deputado federal. Evandro Milhomem obteve 10.464 votos, que correspondem a 3,66% dos votos validos no estado.
Este quadro eleva o PCdoB a um outro patamar de importância política no estado do Amapá, credenciando o partido a participar de forma mais qualificada do governo estadual, onde atualmente já ocupamos espaços importantes como a Fundação Estadual de Cultura e a Agência de Pesca do Amapá.
Porém, mesmo com este quadro vitorioso, o PCdoB sofreu um revés. A derrota da deputada estadual Roseli Matos que, mesmo depois de fazer um mandato atuante, marcado por grandes realizações e de projetos de interesse das camadas populares, despontava como uma das favoritas a reeleição. Acabou obtendo apenas 3.878 votos ficando com a 2ª Suplência da coligação.
Alguns fatores foram identificados como possíveis causadores da derrota do PCdoB na eleição para deputado estadual:
1- A subestimação do nível da batalha. O clima de já ganhou acabou contaminando a militância e o ambiente da batalha. Houve subestimação aos adversários e superestimação, valorizando demais as pesquisas que se tinha conhecimento. Não se começa uma campanha cantando vitória antes do tempo, nem se toma posse antes da contagem dos votos;
2- A quebre de acordo por parte do PT e a conseqüente dispersão das forças que administram a prefeitura de Santana (PT/PCdoB) e o lançamento de uma candidatura aventureira atrapalhou na eleição de Roseli;
3- A falta de controle e monitoramento da frente institucional resultou na pouca capitalização para a campanha da candidata a estadual.
No entanto é importante destacar que existem frentes articulando judicialmente a retomada do mandato estadual, caso esta tentativa não se concretize, existe também articulações com aliados no sentido da ocupação de um espaço de destaque no Governo Federal ou Estadual. O que vale dizer é que Roseli Matos, uma de nossas principais lideranças não sairá do cenário político estadual.
Muito ainda teremos que debater para identificarmos onde de fato nos equivocamos para sofrermos este revés, porém é concreto que a esquerda perdeu uma das suas principais representantes na Assembléia Legislativa do Amapá, a população amapaense perdeu uma de suas mais atuantes representantes no parlamento e o PCdoB perdeu um de seus principais instrumentos de luta em prol dos trabalhadores e dos mais necessitados.
* Alan Farias Sales é Secretario de Comunicação da Direção Estadual do PCdoB no Amapá