Guarani será a terceira língua oficial do Mercosul
Os ministérios de Cultura dos países-membro do Mercosul aprovaram neste terça-feira (21/11), a pedido do Paraguai, a inclusão do guarani como idioma oficial do bloco, da mesma forma que o espanhol e o português.
Publicado 22/11/2006 10:53
A decisão foi um dos resultados da 23ª Reunião de Ministros do Mercosul Cultural, no Rio de Janeiro. Os ministros e representantes do setor fizeram um balanço da integração cultural do principal bloco comercial da América Latina.
O ministro Gilberto Gil recebeu no encontro o ministro de Cultura da Argentina, José Nun, a vice-ministra de Economia Cultural da Venezuela, Emma Elinor Cesin, e o secretário Nacional de Cultura do Paraguai, Bruno Barrios Sosa. Colômbia, Peru e Bolívia foram representados por diplomatas. Pelo Chile, veio a subdiretora do Conselho Nacional das Artes, María Elena Arntz.
Integração
A adoção do guarani como língua oficial do bloco, em igualdade de condições com o espanhol e o português, obrigará, por exemplo, a fazer traduções de todos os documentos do grupo e a promover a aprendizagem da língua, disse Arntz em entrevista coletiva.
Além dos aspectos formais, a decisão fortalece a tendência de integração das comunidades tradicionais da região, segundo vários participantes da reunião.
O Paraguai atualmente promove projetos ambiciosos de integração entre povos que vivem nas fronteiras com Brasil e Argentina e de inserção do guarani no universo cultural regional.
“É uma língua falada por sete milhões de pessoas na região”, disse o representante paraguaio. Ele lembrou que a nação guarani se estendia por um extenso território do que hoje é o Paraguai, o norte da Argentina e o sul do Brasil.
A decisão será levada aos presidentes dos países do bloco (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela), durante a próxima Cúpula do Mercosul, nos dias 18 e 19 de janeiro, em Brasília.
Os participantes divulgarão nos próximos dias uma declaração sobre o encontro, que segundo Arntz “permitiu revitalizar o Mercosul cultural”, lançado em 1996 para promover a integração cultural entre os povos da região.
No encontro os ministros também decidiram promover e incentivar os “corredores culturais” e o intercâmbio nas localidades de fronteira. Outras metas serão unificar dados estatísticos sobre a situação da cultura, trabalhar pela inclusão digital e intensificar o intercâmbio nas comunidades, destacou Gil.