ANP: com veto, EUA incentivam Israel a massacrar palestinos

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) lamentou hoje o veto dos Estados Unidos à resolução do Conselho de Segurança da ONU que condenava os recentes ataques israelenses na Faixa de Gaza, e afirmou que isso ''encoraja mais agressões'' israelenses.

Enquanto isso, várias brigadas palestinas convocaram ataques contra alvos dos Estados Unidos.



''O veto dos Estados Unidos contra a resolução da ONU que condenava os massacres diários de Israel contra o povo palestino, sem dúvida, incentiva Israel a realizar mais agressões nos territórios palestinos'', disse hoje Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da ANP, Mahmoud Abbas.



O movimento islâmico Hamas, que lidera o Governo palestino, afirmou que o veto ''confirma que os Estados Unidos são parceiros da ocupação israelense e de seus massacres''.



A votação no Conselho de Segurança ''mostrou que os Estados Unidos são totalmente parciais a favor de Israel'', disse Ismael Radwan, porta-voz do Hamas.



Radwan pediu que os palestinos reforcem a união nacional e solicitou que os países árabes e muçulmanos apóiem a luta palestina.



Enquanto isso, cinco facções palestinas ameaçaram hoje atacar alvos dos EUA no Oriente Médio, em ato de repúdio ao veto deste sábado no Conselho de Segurança.


 


Em comunicado, quatro grupos armados ligados ao movimento nacionalista do Fatah, começando pelas Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, convocaram ''todos os homens livres do mundo e todos os mujahedins no mundo islâmico a atacar os americanos severamente''.


 


''Os vaqueiros e seus cidadãos não são mais prezados que o sangue das crianças da família Al-Athaman (que teve 13 membros mortos no ataque em Beit Hanoun), independente de seus cargos ou posições'', diz o comunicado.


 


As milícias palestinas também criticam o Conselho de Segurança da ONU, dizendo que ''é um falso Conselho, criado somente para proteger Israel e sua segurança''. Os EUA consideram ''o sangue palestino mais barato que o sangue judeu'', conclui o comunicado.


 


O Comitê de Resistência Popular mandou seu próprio comunicado ameaçando os Estados Unidos, a quem acusa de ''mais de uma vez ter utilizado o veto para frustrar uma resolução de condenação'' a Israel.


 


Com isso, continua o Comitê, ''o Conselho de Segurança mostrou mais uma vez que é um conselho frágil e injusto, que não pode fazer frente às forças malignas do mundo'', mas, pelo contrário, ''dá a esses poderes legitimidade para derramar o sangue de nossas mulheres e crianças''.


 


Os EUA, afirma, apoiaram ''a operação de Beit Hanoun à distância, controlando o massacre de mulheres e crianças, e, por isso, os trataremos como os ocupantes israelenses'', conclui o comunicado.


 


As ameaças destas organizações armadas se somam às lançadas pelo Hamas contra Israel e os Estados Unidos após o ataque em Beit Hanoun.


 


Os EUA vetaram neste sábado uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que condenava Israel por seus últimos ataques contra os palestinos na Faixa de Gaza, em particular o cometido na localidade de Beit Hanoun, onde 19 civis morreram, a maioria deles mulheres e crianças.


 


A resolução foi apresentada pelo Catar, único país árabe representado no Conselho, e contou com o voto favorável de 10 países. Houve quatro abstenções: Reino Unido, Dinamarca, Japão e Eslováquia.


 


O documento teve que ser revisado para obter o maior apoio possível no Conselho. Nele, havia a censura também ao lançamento de foguetes a partir de Gaza com destino a Israel.


 


No entanto, o embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, rejeitou a resolução por considerá-la ''parcial'' e ''politicamente motivada''.


 


Fonte: EFE