Evo pede para que EUA reduzam sua demanda interna por drogas
O presidente boliviano Evo Morales pediu, nesta quinta-feira (9/11), que os Estados Unidos reduzam sua demanda interna por drogas, em resposta ao embaixador daquele país, Philip Goldberg, que pediu à Bolívia para erradicar a coca excedente e lutar contra
Publicado 10/11/2006 11:21
“Eu gostaria de pedir aos Estados Unidos que reduzam a demanda [por drogas]. Se não querem que haja coca excedente, por mais que os companheiros [cocaleiros] façam esforço por uma redução voluntária concertada, e se eles não reduzirem a demanda, continuará havendo coca desviada para a ilegalidade”, disse o boliviano, durante um ato de inauguração de um edifício para cultivadores em La Paz.
A resposta de Morales foi registrada depois de Goldberg ter pedido a redução dos plantios de coca excedente em Chapare, região que já foi um núcleo da droga no centro do país e também em alguns vales agrícolas no oeste andino boliviano, onde o cultivo da folha excede entre seis mil e oito mil hectares da superfície legal permitida pela legislação boliviana.
“Não se pode ter uma política efetiva contra o narcotráfico sem controlar o cultivo de coca excedente”, disse o diplomata em reprovação à política antinarcóticos do governante, que em vez de “coca zero” – como prometeram governos anteriores – prometeu “cocaína e narcotráfico zero”.
Ameaças
O governo de Evo, que surgiu na vida política como líder de cultivadores de coca, incentiva o cultivo de um “cato” (1.600 metros quadrados) de coca para cada família de agricultores em Chapare e Yungas. Essa política representa um incremento de 3.200 hectares de coca sobre as 12.000 permitidas por lei.
O governo americano, por sua vez, tem feito uma clara ameaça: outorgou um prazo de seis meses para que Evo revise sua política antinarcóticos. Caso contrario, ameaçou suspender uma ajuda de cerca de US$ 100 milhões por ano.