Justiça no comércio: Associações discutem regulamentação
Representantes de um grupo de trabalho ligado à economia solidária analisaram nesta semana documentos que reúnem normas para o comércio justo no país. Um deles regulamenta, reconhece e identifica o comércio; o outro propõe uma política de fomento e aprese
Publicado 05/11/2006 18:44
De acordo com Haroldo Mendonça, coordenador do Comércio Justo e Crédito da Secretária Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego, os documentos estão disponíveis para consulta pública e serão discutidos até 15 de janeiro.
“A partir do dia 8 vamos começar as feiras estaduais de economia solidária. Até o final de dezembro, os documentos serão discutidos em 27 feiras. Na nossa avaliação, cerca de 2.700 produtores associados participarão desse debate”, informou.
Comércio justo, explicou o coordenador, é considerado um fluxo comercial diferenciado e se caracteriza quando pequenos produtores e artesãos, organizados em cooperativas, por exemplo, se reúnem para fabricar, distribuir e vender seus produtos.
No entanto, esse tipo de comércio também se realiza com a participação das grandes empresas. Na Europa, é praticado há mais de 40 anos e vários países compram produtos como café, artesanato e frutas de organizações e de países em desenvolvimento. “Hoje, essa relação de troca vem se aperfeiçoando e já se destaca como um nicho de mercado importante”, disse Mendonça.
No Brasil, existem atualmente associações nos estados do Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará e São Paulo, que vendem produtos pelo comércio justo e solidário. “Nós consideramos necessária uma política de fomento que estimule, oriente e reconheça esse mercado”, destacou.
O coordenador defendeu ainda que a regulamentação do comércio justo e solidário no país poderia ajudar agricultores e trabalhadores informais, que se encontram em desvantagem frente ao sistema de produção e venda atual: “É preciso estimular o consumo desses produtos. As pessoas em vez de optarem pela compra de um caderno convencional, de uma grande indústria, podem comprar um caderno produzido por uma associação de recicladores”.