Bolívia se oferece para acabar com o impasse na ONU
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta terça-feira (24/10) que seu país será candidato, em substituição à Venezuela, a ocupar uma vaga rotativa para a América Latina no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Publicado 25/10/2006 11:51
“Somos candidatos ao Conselho de Segurança da ONU e talvez possamos chegar a um consenso. Certamente nossos embaixadores vão estar mobilizados nas Nações Unidas”, afirmou Morales. O presidente disse ainda que a candidatura boliviana responde a um acordo com o chefe de Estado venezuelano, Hugo Chávez.
“O companheiro Hugo Chávez disse para buscarmos consensos com a candidatura da Bolívia”, disse o presidente boliviano. A Venezuela disputa a cadeira com a Guatemala, mas após 35 rodadas de votação na semana passada, a eleição continuava num impasse. Apesar de uma pequena vantagem da Guatemala, nenhum dos dois países conseguiu os dois terços dos votos necessários para vencer a disputa.
Novo embate
Na última segunda-feira, Evo Morales tinha prometido “apoio de morte” à Venezuela na disputa por uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. No dia seguinte, a Venezuela rejeitou a retirada simultânea de sua candidatura e a da Guatemala à vaga, sugerida na véspera em uma reunião do Grupo Latino-Americano e o Caribe (Grulac).
A Guatemala havia proposto a retirada conjunta das duas candidaturas para buscar um grupo de consenso. O Uruguai havia surgido como uma opção caso essa proposta fosse acatada. A Assembléia Geral deve se reunir nesta quarta-feira para uma nova rodada de votações, no momento em que cresce a possibilidade de um terceiro candidato latino-americano para ocupar a cadeira.
A eleição decidirá o país a ocupar um assento não-permanente no Conselho de Segurança da ONU no biênio 2007-2008, substituindo a Argentina, cujo mandato terminará no fim deste ano.
Diante da possibilidade de os bolivianos entrarem na briga, o governo da Guatemala divulgou que manterá sua candidatura. “Se isso for certo (a candidatura da Bolívia), então teremos uma disputa entre Guatemala e Bolívia”, segundo a nota distribuída pela chancelaria guatemalteca.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem 15 membros. Cinco deles – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – têm assento permanente e direito a veto. Os outros dez são rotativos e seus ocupantes participam das votações, mas não contam com o poder de vetar decisões do órgão.