Jornalistas repudiam complô anti-Lula revelado por ''CartaCapital''

Desde sexta-feira (13/10), um escândalo revelado pela CartaCapital é alvo de protesto e indignação. Em sua matéria de capa, a revista detalhou como o delegado Edmilson Pereira Bruno tramou com diversos veículos da mídia para prejudicar a dispu

O texto, assinado por Raimundo Rodrigues Pereira e intitulado ''Os fatos ocultos'', recebeu comentários de jornalistas e personalidades que mantêm blog ou sites em grandes portais. O próprio Vermelho, por meio do editorial desta segunda-feira (16), registrou seu repúdio aos desmandos da mídia brasileira.


 


Segue, abaixo, algumas opiniões divulgadas na internet, sobre o complô e a reportagem da CartaCapital.


 


 


Luis Nassif: Requiém do jornalismo


 


''Nos últimos anos houve vários exemplos de matérias encomendadas, várias evidências de mistura de jogadas empresariais e reportagens, e várias coberturas em que se misturavam cumplicidade com a polícia e autodefesa de jornalistas''


 


''Mas em nenhum desses casos houve uma abrangência tão grande de veículos e uma falta de limites tão acentuada – independentemente da gravidade dos episódios cobertos – quanto a cobertura da foto dos maços de notas que seriam utilizados para a compra do 'dossiê Vendoin'''


 


''A reportagem de Raimundo (…) é fria e lógica como uma cirurgia de especialista. Não desperdiça palavras, não gasta acusações, apenas confronta princípios básicos de jornalismo com a atitude de cada veículo, repórteres e direção, no episódio em pauta''


 


''A exemplo de tantas campanhas absurdas dos anos 90, não adianta invocar a presença do 'inimigo', do crime a ser combatido pouco importando os meios''


 


''Os 67 mil exemplares da CartaCapital não se equiparam à tiragem das grandes publicações. Mas cada exemplar com a matéria de Raimundo ficará pairando no ar, como um alerta sobre o que ocorre com jornalistas e publicações, quando colocam paixões e interesses acima dos princípios jornalísticos''


 



Luiz Weis: O vídeo, divulgado. O áudio, ocultado


 


''A reportagem, a ser verdadeira, como tudo indica, é um libelo contra a grande mídia brasileira – no caso, Folha, Estado e Globo''


 


''Enquanto esses órgãos de mídia não provarem o contrário, a sua posição é insustentável''


 


''Ontem e hoje, pelo menos um importante blog e um grande jornal repercutiram, como se diz, matéria da nova edição da Veja''


 


''Mas por que – ouso perguntar com santa ingenuidade – nem uma única, mísera linha sobre a reportagem de Raimundo Pereira?''


 


 


Mino Carta: 1989


 


''A reportagem de CartaCapital (…) traz imediatamente à memória a lembrança dos lances finais da campanha do segundo turno de 1989''


 


''Primeiro, veio à tona a história da menina Lurian, que a mídia contou qual fosse pecado mortal a aventura amorosa de um viúvo. Depois aconteceu a manipulação do debate de encerramento, comandada pessoalmente por Roberto Marinho''


 


''Os donos do poder estavam então dispostos a agarrar em fio desencapado, no caso o outsider Fernando Collor. A trama atual tem sabor igual, é mais sutil, porém. Mais velhaca''


 


 


Paulo Henrique Amorim: O 1º golpe de Estado já houve. E o 2º?


 


''Um golpe de Estado levou a eleição para o segundo turno.''


 


''(A reportagem) merecia um sub-título: 'A radiografia da imprensa brasileira'''.


 


''O golpe funcionou''


 


''Em 1982, no Rio, quase tomaram a eleição para Governador de Leonel Brizola. Os militares, o SNI, e a Policia Federal (como o delegado Bruno, agora, em 2006) escolheram uma empresa de computador para tirar votos de Brizola e dar ao candidato dos militares, Wellington Moreira Franco''


 


''O golpe era quase perfeito, porque contava também com a cumplicidade de parte de Justiça Eleitoral e, com quem mais? Quem mais?''


 


''O golpe contava com as Organizações Globo (tevê, rádio e jornal, como agora) que coonestaram o resultado fraudulento e preparam a opinião pública para a fraude gigantesca''.


 


''Quantos outros delegados Bruno há na Policia Federal (de São Paulo, de São Paulo!)''


 


''E se for tudo parar na Justiça Eleitoral? O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello já deixou luminosamente claro, nas centenas de entrevistas semanais que concede a quem bater à sua porta, que é favor da candidatura Alckmin''


 


''E o segundo golpe? Está a caminho. As peruas da GW já saíram da garagem.''


 


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