Irã denuncia uso hegemônico da ONU por EUA

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, assegurou hoje que seu país não abrirá mão do seu projeto nuclear com fins pacíficos, apesar das sanções impostas à Coréia do Norte pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ele rejeitou mais uma vez o pedido do C

A declaração foi a primeira reação do presidente iraniano depois que o CS decidiu no sábado punir a República Popular Democrática da Coréia (RPDC) pelo suposto teste nuclear realizado na semana passada.


 


Ontem, o governo dos Estados Unidos afirmou que as sanções impostas aos norte-coreanos ''deveriam servir como lição'' para que o Irã não seguisse o exemplo coreano.


 


Porém, Ahmadinejad considerou que o teste realizado pela Coréia do Norte incentivou seu país a continuar com o programa nuclear. ''Alguns países do Ocidente fizeram com que o Conselho de Segurança da ONU se tornasse uma arma para impor sua hegemonia contra países que se opõem a eles'', Ahmadinejad afirmou hoje em rede estatal de televisão.


 


''O Irã não vai ser intimidado'', disse. ''Ameaças e pressões contra o Irã não vão nos intimidar e causar hesitação em continuarmos nosso caminho'', afirmou o presidente iraniano.


 


Isolamento piorará condições


 


O governo norte-coreano disse hoje que foi um ''sucesso histórico'' o teste nuclear supostamente realizado por seu país há uma semana, alertando também os Estados Unidos de que o ''isolamento'' de Pyongyang é ''o pior que pode acontecer''.


 


Em declarações divulgadas pela televisão central norte-coreana e reproduzidas pela agência japonesa ''Kyodo'', Kim Yong-nam, presidente do Presidium da Assembléia Popular Suprema de Pyongyang, aconselhou Washington a abandonar seu plano de destruir o governo e o estado da RPDC.


 


''Trata-se de um evento histórico para a Coréia do Norte'', disse o estadista norte-coreano, que, pouco depois da realização do teste nuclear, advertiu que o país poderia fazer um novo teste atômico caso os EUA continuem mantendo sua política de hostilidade contra a RPDC.


 


A resolução aprovada pelo Conselho de Segurança no sábado foi baseada em texto elaborado pelos Estados Unidos e contou com emendas de China e Rússia, dois países que são aliados da RPDC na Ásia.


 


A resolução determina que o país suspenda imediatamente suas atividades nucleares e proíbe a venda ou transferência de qualquer tipo de material relacionado com armas ''não convencionais'' à RPDC.


 


Também estabelece o bloqueio aéreo, a proibição da venda de ''artigos de luxo'' e o embargo das supostas contas dos governantes norte-coreanos no exterior.


 


O texto também determina que Pyongyang retorne ''sem condições prévias'' às conversas com Coréia do Sul, China, Rússia, EUA e Japão sobre seu programa atômico e que acate imediatamente o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.