Teste de bomba nuclear norte-coreana deixa ocidente em polvorosa

A República Popular Democrática da Coréia realizou na manhã desta segunda-feira (9/10) na Ásia – fim da noite de domingo no Brasil – o primeiro teste nuclear de sua história, de acordo com a agência de notícias norte-coreana KCNA. “Nossa seção de pesquisa

''O ensaio nuclear é um acontecimento histórico que trouxe felicidade para nossas Forças Armadas e para o nosso povo'', prosseguiu a agência. ''Esse teste contribuirá para a paz e a estabilidade na Península Coreana e em toda a região que a circunda.'' O comunicado acrescentou que a explosão se deu sem que houvesse nenhum tipo de vazamento radioativo.


 


A vizinha Coréia do Sul foi o primeiro país a acusar o teste Ao mesmo tempo, a Agência Central de Notícias (KCNA) publicou o comunicado em que anunciava a realização de um teste nuclear subterrâneo.



 


''O teste nuclear foi realizado totalmente com nosso conhecimento e nossa tecnologia'', acrescentou a KCNA, citada pela agência sul-coreana Yonhap. Segundo a KCNA, o teste, realizado para reforçar a capacidade de dissuasão da república popular, ''contribui para manter a paz e a segurança na península coreana e na Ásia''.


 


A inteligência da Coréia do Sul especulou que a RPDC pode realizar mais testes nucleares, segundo Yonhap. O Serviço de Inteligência Nacional afirmou ter detectado sinais anormais no local onde o teste foi realizado.
 


Retaliação ocidental


 


O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve discutir hoje, numa reunião de urgência,o teste nuclear subterrâneo realizado pela RPDC, informou o ministro do Exterior dinamarquês, Per Stig Moeller, à agência Ritzau.


 


Logo após o teste, países alinhados com os Estados Unidos condenaram a iniciativa norte-coreana e classificaram como uma provocação. O ministro da Dinamarca, país que integra o Conselho de Segurança da ONU como membro permanente, criticou o teste nuclear norte-coreano e ressaltou a importância da China para a solução da crise, por causa do papel que desempenha junto ao governo da RPDC.


 


Derrota para Bush


 


O teste nuclear da RPDC indica um ''fiasco'' para o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou o analista militar Ivan Safranchuk, diretor do escritório russo do Centro internacional de informação sobre Defesa.


 


''O teste nuclear norte-coreano indica um completo fiasco e uma grave derrota estratégica para a administração de George W. Bush'', afirmou Safranchuk, citado pela agência ''Interfax''.


 


O analista assinalou que Washington cometeu erros estratégicos em sua gestão do problema nuclear na Península Coreana, que tornou-se crônico após os EUA suspenderem os acordos de auxílio econômico ao país no ano de 2001 e depois que Washington resolveu congelar as contas de diversas empresas norete-coreanas, acusando-as de espionagem e falsificação.



 


''As propostas de Washington não funcionaram. Nos últimos seis anos, desde que Bush chegou ao poder, passamos de uma melhoria constante a um agravamento da situação na península coreana'', ressaltou.


 


O correspondente da agência russa Itar-Tass em Pyongyang informou que a situação na capital norte-coreana é ''tranqüila'' e que continuam os preparativos para a comemoração do aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores da RPDC.


 


A Rússia, que compartilha com a Coréia do Norte uma fronteira terrestre de apenas 20 quilômetros, é um dos aliados da república popular.


 


Após uma brusca deterioração das relações advinda da desintegração da União Soviética (1991), a chegada de Putin ao Kremlin (2000) abriu uma nova etapa de cooperação entre Moscou e Pyongyang.