Tariq Ali termina livro sobre Chávez, Fidel e Evo

“No livro, argumento fundamentalmente que a América Latina foi o primeiro laboratório do neoliberalismo – e por isso foi também o lugar onde aconteceu a primeira reação contrária”, assinalou Ali. “Isso explica a crise que a Argentina sofreu e as vitórias de Chávez e Morales na Venezuela e na Bolívia.”

Nesses países, os governos escolhidos democraticamente estão tentando criar “uma visão social-democrata de esquerda, que representa um desafio direto ao neoliberalismo”, afirmou Ali. “O desafio que a Venezuela de Chávez representa ao chamado consenso de Washington é o que explica as reiteradas tentativas de derrubá-lo pela força, uma delas com apoio da classe média como ocorreu com o Chile de Salvador Allende”, declarou o escritor.

Próximo dos latino-americanos
Um dos líderes do movimento estudantil europeu do fim dos anos 60, Ali viajou com freqüência à América Latina – continente do qual diz se sentir muito próximo. Em sua opinião, “comparado com o que ocorre no Oriente Médio, a proposta desses líderes é uma alternativa muito melhor”. “Não é de índole religiosa e seu objetivo é melhorar as condições da população e defender a justiça social”, acrescentou o autor de Bush na Babilônia – A Recolonização do Iraque e Confronto de Fundamentalismos.

Segundo Ali, Piratas do Caribe é também uma polêmica com duas “publicações transatlânticas”, que em seus editoriais e por meio das matérias de seus correspondentes não deixam de atacar os líderes latino-americanos. O escritor assinalou, por outro lado, que a chamada “globalização” não é na realidade mais que um “neoliberalismo” imposto a partir dos centros do poder econômico. Denunciou, por exemplo, que se defende a liberdade de movimento de capitais, mas não a dos trabalhadores.

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