Provocação de Alckmin na CBN dá direito de resposta a Lula

O presidente Lula aproveitou ontem a maior parte dos quatro minutos do direito de resposta, concedido pelo TSE, para falar na rádio CBN — da Rede Globo — sobre o programa de segurança pública e comentar as ações da Polícia Federal em sua gestão.

Por 5 votos a 1, o TSE concedeu o direito de Lula responder a provocações de Geraldo Alckmin que, em entrevista à CBN, o comparou a um “ladrão de carros” e se referiu ao PT como “sofisticada organização criminosa”. O incrível é que um dos juízes ainda tenha se colocado contra o direito previsto por lei.


 


O pedido foi acolhido parcialmente pelo ministro-relator, Ari Pargendler, que considerou as afirmações ofensivas, mas de forma incompreensível não concedeu o tempo correto (6 minutos e 35 segundos), idêntico ao que Alckmin utilizou para fazer a provocação.


 


Na resposta, Lula disse que o TSE entendera que Alckmin fez “afirmações caluniosas, ofensivas e sabidamente inverídicas” e que seu objetivo era “restabelecer a verdade”, e “não censurar a CBN”.


 


A resposta é aberta por um locutor: “Nunca se combateu tanto a corrupção como agora”. O próprio Lula prossegue: “O maior exemplo dessa mudança é a PF. Quando assumi, estava sem motivação para investigar e agir. Hoje, é uma polícia eficiente, com agentes altamente qualificados”.


 


No final, fez uma referência direta ao rival tucano: “O sr. Alckmin não pode se antecipar à Justiça para acusar, julgar e condenar. Deveria se preocupar em também apresentar propostas concretas para o país na área de segurança”.


 


A Rádio CBN passou o dia de ontem retransmitindo pequenos esquetes com declarações dos candidatos que compareceram ao debate da Rede Globo, realizado na noite da última quinta-feira.


 


Esses esquetes, ou pequenas inserções do áudio do debate, podem configurar como infração da lei eleitoral, que proibe a propaganda no rádio e televisão a 48 horas do início das eleições.