CUT conclama: ''Todos e todas às urnas!'' em 1º de outubro

Leia o editorial pró-Lula publicado nesta sexta-feira (29/9) no Portal do Mundo do Trabalho – que é o site da CUT. O texto faz uma convocação aos trabalhadores para ''derrotar a direita, avançar nas conquistas do povo''.

Todos e todas às urnas!


 


Por Rosane Bertotti*


 


Neste domingo, mais de 125 milhões de brasileiros(as) se encontram aptos a votar para presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. E esta não será apenas mais uma eleição, pois estão em disputa duas visões de mundo e de como administrar um país.


 


De um lado, a experiência neoliberal tucana, que comandou a política do país por oito anos – nos dois mandatos de FHC. De outra, os quase quatro anos da experiência pioneira de um representante dos trabalhadores assumir a Presidência. Nesses últimos anos, muitos se apressaram em dizer que ambos os modos de governar eram idênticos, que não há diferença entre a política implementada pelo PT e a feita anteriormente pelo PSDB. Vamos pensar um pouco.


 


A gestão tucana aplicou com determinação a política do Fundo Monetário Nacional e do chamado consenso de Washington, diminuindo o tamanho da intervenção do Estado na economia, privatizando – e desnacionalizando – tudo o que foi possível a preço de banana, ampliando o poder do capital especulativo, causando concentração de renda e um dos maiores índices de desemprego da história do país.


 


O governo Lula, apesar de manter no campo macroeconômico alguns aspectos da política anterior, como o superávit primário e a política de juros altos, estancou a sangria das privatizações, reorganizou os programas sociais em torno do bolsa-família e gerou mais de 5 milhões de empregos formais, isto é, com carteira assinada, valorizou o salário mínimo e elevou a renda da camada mais pobre da população.


 


Nesse período, a CUT não parou de cobrar avanços, seus sindicatos fizeram greves, conquistaram reajustes salariais acima da inflação, se posicionou contra políticas que poderiam atentar contra os direitos dos trabalhadores, defendeu a valorização do salário mínimo e dos benefícios das aposentadorias. No governo FHC, os trabalhadores lutavam para não perder, no governo Lula, lutam e negociam para avançar nas conquistas. E isso não é pouca coisa.


 


O último ano do mandado do atual governo foi marcado por uma série de denúncias de irregularidades e corrupção. Muitas foram investigadas e não levaram a nada, mas a CUT sempre se posicionou pela defesa da transparência e da ética; todas as denúncias têm que ser apuradas e os responsáveis punidos, e isso serve, também, para o governo anterior.


 


Durante os oito anos tucanos não faltaram denúncias (e comprovação) de compra de votos de deputados para a reeleição de FHC, de ajuda ilícita a bancos falidos, de corrupção deslavada no processo de privatização.


 


A imprensa chegou a denunciar esses casos, mas com a complacência de uma mãe que pega o filho fazendo alguma traquinagem. Essa postura não foi gratuita; os grandes conglomerados de comunicação (Globo, Grupo Abril, Folha, Estado de São Paulo) estavam intimamente interessados nas privatizações, principalmente nas do sistema de telefonia.


 


Se a mídia tivesse uma microscópica fração da gana ''investigativa'' que utilizou no mandato de Lula para investigar os escândalos do governo FHC, haveria muito tucano de bico murcho por aí; mas como havia um conluio generalizado por interesses econômicos, tudo ficou por isso mesmo.


 


Desde o início das eleições, o Portal do Mundo do Trabalho/CUT vem destacando a postura tendenciosa da mídia, buscando a opinião de especialistas na área na tentativa de refletir e explicitar o papel da imprensa no atual pleito. Não há dúvida de que cada veículo de comunicação tem lado, tem opinião e defende seus interesses, mas essa mídia, quando tenta iludir o leitor/eleitor passando por fato o que é opinião, manipula a verdade e presta um desserviço à democracia. A imprensa sindical é clara ao dizer que tem lado, que defende posições e, nesse aspecto, é muito mais transparente do que a imensa maioria da mídia comercial.


 


Este domingo, 1º de outubro, será um dia histórico. Não apenas por ser mais uma eleição para presidente da República, mas pela oportunidade de a população expressar através do voto que não deseja a volta da política neoliberal; de dizer um rotundo não à manipulação da mídia comercial.


 


É a hora de todos os militantes cutistas irem às ruas com alegria e coragem, defender os interesses dos trabalhadores e travar a justa luta de convencimento aos indecisos e aos mal-informados. O que está em jogo são dois projetos de classe, é a luta de classes se manifestando em sua dimensão democrática eleitoral. É hora de defendermos novamente nossa classe.


 


O 9º Congresso Nacional da CUT definiu o apoio à candidatura Lula por reconhecer os avanços do governo e, principalmente, por saber o quão prejudicial ao país seria a volta do modelo neoliberal.


 


Vamos, novamente, derrotar a direita nas urnas, denunciar a manipulação da mídia e encarar os golpistas reacionários que se mexem nas sombras para criar nova crise e tentar impedir a posse de Lula, se for eleito outra vez. Qualquer manifestação dessa direita contra a democracia será respondida com o povo na rua.


 


É Lula de novo com a força do povo para derrotar a direita golpista.


 


* Rosane Bertotti é secretária nacional de Comunicação da CUT