China e Rússia desejam melhorar relações com novo governo japonês
A China anunciou nesta terça-feira sua expectativa de que o novo governo japonês, a partir de hoje liderado por Shinzo Abe, melhore as relações bilaterais, enquanto o embaixador da Rússia no Japão, Alexandr Losiukov, desmentiu os boatos sobre atritos c
Publicado 26/09/2006 14:17
“O governo chinês dá muita importância às relações com o Japão”, afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Qin Gang. Ele reconheceu que as relações bilaterais passam atualmente por obstáculos “por razões claras, que o governo japonês conhece bem”, comentou.
No entanto, afirmou sua esperança de que “o Japão possa fazer esforços construtivos para a melhora das relações bilaterais”.
O novo chefe do Executivo anunciou, antes de ser eleito, sua disposição de melhorar os laços com Pequim. Mas o governo chinês exige provas, como o fim das visitas ao santuário de Yasukuni por parte de membros do governo japonês.
Abe apoiava o antigo primeiro-ministro Junichiro Koizumi em suas visitas a Yasukuni, templo que presta homenagem a 14 criminosos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) condenados por tribunais internacionais. Ele ainda não disse se manterá a provocação, um dos principais obstáculos para a normalização das relações.
Já o diplomata russo disse à agência Interfax que as opiniões sobre os “ânimos anti-russos” de Abe são muito “exageradas”, em referência aos comentários sobre a fama de direitista do novo chefe de governo japonês.
Losiukov disse que não espera mudanças bruscas na política externa de Tóquio em relação a Moscou. “Nossos encontros e contatos com Shinzo Abe não registraram ânimos anti-russos”, disse o diplomata.
Ele está convencido de que o novo primeiro-ministro manterá a política de seu antecessor, Koizumi, na disputa territorial pelas ilhas Kurilas. O arquipélago, que o Japão chama de Território do Norte, foi retomado pela União Soviética no fim da Segunda Guerra Mundial. O Japão havia invadido e ocupado as ilhas durante a guerra Russo-Japonesa, de 1905.
Já analistas políticos independentes russos consideraram que Abe será muito mais incisivo nas tentativas de mudança da constituição japonesa que seu antecessor. Gueorgui Kunadze, ex-vice-ministro de Relações Exteriores e hoje analista do instituto russo de Economia Mundial e Relações Internacionais, considerou “inevitável” a derrubada