Kirchner, na ONU, bate duro no FMI

O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, voltou a comprar briga com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Do alto do melhor desempenho econômico em um século — o próprio Fundo atesta que a Argentina será a campeã latino-americana de crescimento em 20

“O Fundo Monetário negou-nos qualquer ajuda e nós obtivemos [este resultado] ignorando, quando não contradizendo suas recomendações”, disse Kirchner. Ele disse ainda que “os aportes dos organismos financeiros internacionais não tiveram êxito e em muitos casos atuaram no sentido contrário, obstaculizando o desenvolvimento”.
Na ofensiva, Kirchner pediu “uma reforma da arquitetura financeira internacional”, que ajude as nações em desenvolvimento. Dentro da Argentina, qualificou sua política monetária e fiscal de “ordenada”. Agregou que esta permitiu “reduzir a vulnerabilidade e a incerteza que caracterizaram a Argentina no passado”.



Constrangimento em Cingapura



Enquanto Kirchner fazia estas pesadas críticas em Nova York, o fundo concluía em Cingapura a sua reunião anual em conjunto com o Banco Mundial, com representantes de 184 países mas num clima que indica a desmoralização crescente do organismo.
O sintoma mais eloqüente foi o golpe militar na Tailândia, vizinha de Cingapura. Os golpistas se preocuparam em concatenar a quartelada com a ausência do primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, mas nem se importaram com a vizinhança do Fundo, para o constrangimento do diretor-gerente do FMI.



A reunião constatou a necessidade de reformas no Fundo Monetário para recuperar seu papel de policiador das políticas monetárias do Terceiro Mundo. As mudanças, porém, foram cosméticas. Os Estados membros aprovaram, por 90,6% dos votos, a primeira fase da reforma, que deu mais peso a quatro países emergentes que até então estavam subrepresentados: China, México, Coréia do Sul e Turquia.



Com agências