Conflito entre PSDB e PCC chega ao videogame

O Counter Strike brasileiro está a caminho. Em casa, durante os intervalos do trabalho, Edward Silva Filho vem há três meses desenvolvendo o jogo Esquadrão Zumbi, similar ao jogo de tiro 3D americano – mas com cenários, armas e personage

A realidade buscada pelo programador está presente em detalhes que vão do armamento utilizado aos nomes dos personagens. O autor do jogo pesquisou as variedades do equipamento da polícia em livros, revistas e sites especializados. Os bandidos, que atendem por apelidos como ''Sinistro'' e ''Modesto'', usam coquetéis molotov e armas que são, na maioria, contrabandeadas. A polícia tem coletes e até pastores alemães para reprimir motins em cadeias. As vozes dos personagens foram dubladas por amigos do criador do jogo.


 


Os locais de combate também são baseados em lugares reais de São Paulo, como o Cadeião de Pinheiros e a Praça da Sé. No presídio, minúcias como paredes pichadas e celas quebradas. Na Praça da Sé, quando o jogo estiver pronto será possível até entrar no metrô. ''Se o policial levar um tiro e estiver de colete, vai perder alguns pontos. Mas, se cair no trilho do metrô, já era. Acho que esses mapas serão os que os jogadores mais vão gostar'', espera Edward. A versão final – que já está sendo negociada com produtoras nacionais e até uma da Alemanha – deve permitir que até 16 jogadores participem dos combates ao mesmo tempo.


 


É no modo cooperativo que Edward quer diferenciar seu jogo da concorrência. ''Counter Strike é muito raso nesse ponto: é só sair matando todo mundo. Em Esquadrão Zumbi, vai fazer diferença o trabalho em grupo. Vai vencer o melhor time e não quem sair atirando a esmo.'' Por isso, segundo Edward, a polícia vai levar vantagem no jogo. ''Sei que é polêmico, mas é uma oportunidade de valorizar a nossa polícia. Tento exaltar o treinamento e o trabalho de equipe. Já os bandidos não têm compromisso com nada.''


 


Edward, bacharel em ciência da computação e praticante de artes marciais, trabalha com videogames há três anos. Fã de filmes da Swat (a polícia de elite dos EUA), já fazia algum tempo que pretendia fazer um jogo envolvendo grupos táticos. ''Analisei intensivamente o treinamento deles para colocar no jogo.'' Morador de um bairro violento da periferia de São Paulo, queria mostrar com o jogo que o crime não compensa. ''Quem vive neste mundo é um morto-vivo. Daí o nome do jogo ser Esquadrão Zumbi.'' E o símbolo é uma caveira com asas. ''É para mostrar que a morte está no ar.''


 


Fonte: Globo.com