Artistas populares reivindicam espaço em escolas públicas

Artistas populares de todo o país foram a Brasília com um único objetivo: cobrar do governo ações e políticas públicas que fortaleçam a cultura popular. Desde a última quinta-feira (14/9), músicos, dançarinos, atores e escritores que representam a arte po

“Viemos cobrar ações efetivas. A arte popular no Brasil ainda é muito desvalorizada. O governo e os gestores públicos precisam olhar mais para nós, artistas de rua, que representamos tanto a raiz de um povo quanto a herança de um país”, disse o músico popular Valdir Soares de Oliveira, de 65 anos. Valdir, que é de Maceió (AL), toca flauta e faz shows populares em escolas infantis. Apesar da falta de recursos públicos para o setor cultural, em especial para a arte popular, ele acredita que o governo vem dando maior atenção para os artistas populares nos últimos anos.



Ele sugeriu que, para manter viva as manifestações culturais e incentivá-las no país, os gestores públicos deveriam contratar artistas populares para trabalharem nas próprias escolas. “Desta forma, estaremos passando a cultura popular para as crianças e ao mesmo tempo mantendo vivo nossos artistas”, disse.



Recursos
A artista Cilene Farias, que participa do encontro, também destacou a importância de o governo brasileiro disponibilizar mais recursos para o setor cultural brasileiro. “Do jeito que está, apesar de todas as melhorias conquistadas, a cultura popular brasileira vai morrer aos poucos, pois faltam recursos para os nossos artistas”, disse.



Cilene Farias é do grupo Jabuti-Bumbá Marupiara, concebido por artistas populares de Rio Branco (AC). O espetáculo, além de divulgar e valorizar a cultura popular, canta, dança e encanta as historias e lendas do universo acreano. O grupo também chama a atenção para a preservação da biodiversidade e meio ambiente amazônico.



O Jabuti, como brincadeira popular, recebe influências do Maracatú, Boi-Bumbá, Pastorinhas, Catira, Vira e Cacuriá. O figurino do grupo tem adereços, enfeites e vestidos de chitas e fitas coloridas.



“A arte popular no Brasil é muito representativa. Precisamos incentivá-la para mostrarmos sempre a cara de nós, brasileiros. Para isso, o Estado precisa investir, reservar recursos no Orçamento Geral da União”, disse Cilene Farias.



Paralelamente ao 1° Encontro Sul Americano de Culturas Populares, acontece o 2º Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares, também no Complexo Cultural Funarte, em Brasília. Os dois eventos se encerram neste domingo.