Wu Bangguo: cinco sugestões para aproximar América Latina e China
A China está disposta a continuar intensificando e aprofundando os diálogos e cooperação com a América Latina, disse o presidente do Comitê Permanente da Assembléia Popular da China, Wu Bangguo, em palestra, na manhã desta quinta-feira (31), na Câmara
Publicado 31/08/2006 13:08
Para reforçar a cooperação amistosa e promover o desenvolvimento conjunto dos dois países, Wu Bangguo apresentou cinco propostas. Além dos diálogos permanentes, ele sugeriu a consolidação de cooperações na área econômica, ampliação de intercâmbios pessoais e culturais, intensificação dos intercâmbios parlamentares como papel importante nas relações inter-estatais e afinar consultas e coordenações nos assuntos internacionais, defendendo, em conjunto, interesses dos países em desenvolvimento.
Ao abrir a conferência sobre o desenvolvimento conjunto do Brasil e da China, Aldo Rebelo ressaltou ''detentora de uma das mais antigas civilizações humanas, a China é exemplo de progresso e ''democratização da vida material de sua sociedade''. ''Com seu território, sua população, sua economia, a China é fator importante de equilíbrio geopolítico'', disse, acrescentando que também o Brasil, ''como grande nação'', tem um papel importante no Hemisfério Sul.
Acordo com a Câmara
Nesta quarta-feira (30), os parlamentos do Brasil e da China assinaram um memorando para o estabelecimento de um ''mecanismo regular de intercâmbio'' entre a Câmara dos Deputados e a Assembléia Popular Nacional chinesa. O Comitê da Assembléia Chinesa é formado por cerca de 160 parlamentares e é uma espécie de núcleo do parlamento (constituído por mais de 3 mil representantes).
O documento é o primeiro que o país asiático assina com um parceiro da América Latina e prevê, entre outras medidas, encontros anuais para analisar as relações bilaterais e os assuntos de interesse comum. Em 2005, o comércio entre Brasil e China movimentou cerca de 12,7 bilhões de dólares (R$ 26,9 bilhõs).
O presidente da Câmara destacou a importância do memorando de entendimento para o intercâmbio regular entre a Câmara do Deputados e a Assembléia Popular da China e defendeu que as relações bilaterais se estendam a todos os níveis de poder da sociedade organizada. Aldo ressaltou que as relações de hoje exigem não apenas a cooperação comercial e econômica, mas também cultural, científica, tecnológica e diplomática. ''O mundo exige a cooperação em todas as esferas da vida material e espiritual entre as nações e entres os povos'', disse.
Melhor fase
Wu Bangguo, afirmou que a união e a cooperação com os países em desenvolvimento, inclusive os latino-americanos, tem sido um alicerce da política externa da China. Ele afirmou que o governo chinês atribui alta importância ao desenvolvimento das relações amistosas com o País, visto sempre como um parceiro. ''Estou convicto de que, com os esforços conjuntos das duas partes, as relações sino-brasileiras terão um futuro ainda mais brilhante'', disse.
Ele ressaltou que, apesar da grande distância geográfica entre a China e Brasil, ''os contatos amistosos entre os dois povos já vêm de uma longa tradição e, no momento, o relacionamento entre os dois países está em sua melhor época''.
Também participaram da mesa de abertura da conferência sobre a cooperação Brasil-China, além de Aldo e Bangguo, o ministro chinês do gabinete das Relações Exteriores, Dai Bingguo, e o embaixador da China, Chen Duqing.
De Brasília
Márcia Xavier