Orlando fala do empenho do Ministério para garantir o Pan 2007

Em meio as pendengas criadas pelo prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, e as críticas da imprensa sobre atrasos nas obras dos equipamentos dos Jogos Pan-americanos, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., garante que “nós, do Ministério do Esporte,

“À insegurança transmitida pela imprensa, eu respondo que o Rio estará pronto para os jogos”, enfatiza. Ao mesmo tempo, torce para que a medida tomada pelo prefeito César Maia, na última sexta-feira (25), de suspender as obras da Vila Pan-americana, seja revista.


 


Ele atribui a decisão do prefeito “a uma atitude impensada”. E considera falsos os fundamentos apresentados pelo prefeito, de que não tinha informação do repasse de recursos do Ministério do Esporte ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Orlando Silva Jr. lembra que desde  2004, o Tribunal de Contas da União (TCU) acompanha esse convênio e os acórdãos do TCU que trataram dessa matéria foram enviados a todos os parceiros.


 


O ministro destaca que “a melhor maneira para avaliar o cronograma de obras e saber se está sendo cumprido o plano de organização do Pan, é avaliar a opinião da entidade internacional de organização do evento, que é ODEPA (Organização Desportiva Pan-americana). Na última semana, o presidente da entidade, Júlio Maglione, visitou as obras e, segundo o ministro Orlando Silva Jr. “nos transmitiu a total confiança de que o Rio está se preparando bem”.


 


Além do desafio de acompanhar o processo de preparação dos Jogos Pan-americanos, o Ministro do Esporte, que está no cargo há cinco meses, acompanha a rotina da Pasta, com o desenvolvimento de programas como Segundo Tempo, Esporte e Lazer da Cidade, Vida Saudável, além dos programas de alto 
rendimento, como Bolsa-Atleta, Núcleos de Treinamento de Base etc.


 


Orlando Silva Jr. também falou sobre a expectativa da reeleição do Presidente Lula. Segundo ele, “Lula foi o melhor presidente para o esporte”, acrescentando que a declaração é dos gestores municipais e estaduais, representantes da área e atletas. Um segundo mandato de Lula representa “o pleno desenvolvimento do setor que vai permitir a completa transformação do esporte no Brasil”.


 


Vermelho – O que representam os Jogos Pan-americanos de 2007 no Brasil?
Orlando Silva Jr. – O Brasil vai fazer uma grande edição de Jogos Panamericanos. Há um trabalho intenso de preparação que envolve os três níveis de governo (União, estado e município) e o Comitê Olímpico Brasileiro(COB). Os quatro parceiros compõe o Comitê Organizador dos Jogos de 2007. É um evento importante, com 43 países representados, 5.500 atletas e um público estimado de centenas de milhares. Vai ser uma espécie de vestibular para que o Brasil possa disputar outras competições esportivas como os Jogos Olímpicos de 2016 e a Copa do Mundo, que vai ter a sua definição em 2008  e as Olimpíadas em 2009. Se nós fazemos uma boa edição dos Jogos Panamericanos, nós credenciamos o Brasil na realização de um evento multi-esportivo que atrai atenção do mundo inteiro.


 


Vermelho – O que existe de real nessa polêmica sobre o andamento das obras
dos equipamentos dos Jogos?

Orlando Silva Jr. – Nós temos preocupação com as preparações, sejam na  contratação de serviços, principalmente na área de comunicação, de geração de imagens na transmissão internacional das competições; seja na operação, na realização dos jogos, no funcionamento de uma engenharia complexa, como  investimentos de infra-estrutura. Nós, do Ministério do Esporte temos confiança de que o Brasil estará capacitado para receber os jogos no dia 13 de julho, quando faremos uma grande festa de abertura dos jogos.


 


Vermelho – Mas a imprensa insiste em dizer que as obras estão atrasadas.
Orlando Silva Jr. – O governo federal tem um cronograma de obras que tem sido cumprido, inclusive assumiu maiores responsabilidades do que no planejamento original, quando assumiria 17% dos investimentos e hoje está com a metade dos investimentos dos Jogos, porque a medida que novos itens foram surgindo e parceiros demonstraram limitação na sua capacidade de investimento – como o governo federal entende que são jogos do Brasil, embora sejam realizados no Rio de Janeiro – o governo federal foi assumindo essas responsabilidades. No que compete aos investimentos do governo federal, temos segurança; e temos insistido junto aos governos estadual e municipal para que persigam seus cronogramas, que foram definidos por eles próprios. A Vila Pan-americana e os serviços devem estar prontos antes da realização dos jogos , com antecedência que permita a realização de eventos
testes para verificar se as instalações e serviços funcionam.


 


Vermelho – Como o Sr. avalia a cobertura desse assunto na grande imprensa?
Orlando Silva Jr
. –  A imprensa tem insistido no temor de que o país não estará preparado, mas esse temor que a imprensa brasileira transmite é considerado como estímulo para antecipar ainda mais os equipamentos e serviços. A melhor maneira de avaliar o cronograma, se está sendo cumprido o plano de organização do Pan, é avaliar a opinião do entidade internacional de organização do evento  que é ODEPA (Organização Desportiva Pan-americana), que já fez três vistorias e nos três relatórios apontou problemas que já foram superados. Na última semana, recebemos o presidente da entidade, Júlio Maglione, que nos transmitiu a total confiança de que o
Rio está se preparando bem. À insegurança transmitida pela imprensa eu respondo que o Rio estará pronto para os jogos.


 


Vermelho – Como o Sr. recebeu a notícia de que o prefeito César Maia mandou suspender as obras da Vila Pan-americana?
Orlando Silva Jr
. – A Vila Pan-americana é responsabilidade da Prefeitura, que não tinha recursos e o governo federal, por meio da Caixa Econômica Federal, financiou R$179 milhões para a empresa que está construindo a vila. Após o Pan, os imóveis serão vendidos para mutuários e devolvido o empréstimo à Caixa. A Prefeitura fica responsável pela instalação de  infra-estrutura, como ruas, iluminação pública, água e esgoto. Eu atribuo a decisão do prefeito a uma atitude impensada. Recebemos com surpresa. O argumento que ele utiliza é de que não tinha informação de que o Ministério do Esporte teria repassado recursos ao COB e desde  2004, o TCU acompanha esse convênio e os acórdãos do TCU já trataram dessa matéria e todos os parceiros recebem esse acórdão. Eu espero que seja revogado nos próximos dias. Nós vamos avaliar na reunião do COB e se a prefeitura não voltar atrás, nós vamos assumir mais uma empreitada para não haver insegurança na entrega da Vila, que teve ter padrão digno de jogos olímpicos, esse é o compromisso do presidente Lula, para ser entregue em tempos e nas condições ideais.


 


Vermelho – Quais as vantagens para o Brasil sediar um evento como esse, que requer tanto planejamento, trabalho e recursos financeiros?
Orlando Silva Jr
. – Primeiro, tenciona o país para preparar melhor a sua delegação. Nós precisamos mostrar uma boa atuação. Vamos organizar uma grande festa e queremos participar da festa. Temos que ter uma delegação competitiva. Portanto, ajuda a elevar o nível técnico  do esporte nacional, concentrando esforços para que as várias modalidades tenha bom resultado. A segunda repercussão é que, a medida que se pauta um evento esportivo dessa dimensão, a gente introduz na agenda do país a temática atividade física e esporte – elemento de motivação para que pratiquem atividade física – o que estimula e amplia o número dos desportistas brasileiros.



Terceiro é uma oportunidade de investimento para o país. Gera empregos – só a construção da Vila Pan-americana envolveu diretamente a contratação de dois mil operário e cinco mil, indiretos. Só um equipamento. São mais 10 pontos da cidade com obras para o Pan.



Os Jogos vão exigir também uma melhoria na infra-estrutura urbana e oferta de serviços. Por exemplo, temos que alterar perfil da segurança no Rio de Janeiro, onde estão sendo investidos 400 milhões de reais, o que significa armamentos mais modernos, policiais mais bem treinados, articulação melhor entre as polícias civil e militar e outros órgãos de segurança, inclusive federais. Tem outro significado para o país. É a introdução do Brasil no circuito esportivo internacional, importante para promover a imagem no Brasil no exterior. E uma boa estratégia para atrair turistas é eventos como esse.


 


Vermelho – Em cinco meses à frente do Ministério do Esporte, o Pan é o
grande desafio?
Orlando Silva Jr
. – Casado com isso mantemos o nível de atividade na área do  esporte de inclusão social, inaugurado por Agnelo Queiroz, como o Programa  segundo Tempo, Esporte e Lazer da Cidade, Vida Saudável, que permitem acesso a atividade esportiva e recreativa para a população brasileira, além das iniciativas que procuram fortalecer os programas de alto rendimento, como Bolsa-Atleta, Núcleos de Treinamento de Base.


 


Vermelho – E com relação as leis da área do esporte que tramitam na Câmara,
qual a expectativa de votação e o que representam a aprovação?
Orlando Silva Jr
. – Esperamos que com a retomada da atividade mais dinâmica na Casa, nós possamos ter votado a Lei de Incentivo ao Esporte na Câmara dos  deputados e que está em regime de urgência. O presidente Aldo Rebelo apontou no sentido de votar no esforço  concentrado, inclusive o Timemania. A vantagem da aprovação da Lei de Incentivo ao Esporte este ano é que permite impactar no orçamento de 2007, porque importa em renúncia fiscal e é preciso estabelecer no teto de renuncia os itens para serem beneficiados.  É importante avançar na agenda legislativa porque vamos tratar do financiamento do esporte, seja para futebol e outras modalidades. Outra tarefa …


 


Vermelho – Tem outras tarefas?
Orlando Silva Jr
. – Temos a tarefa de dar conseqüência as resoluções da  conferência Nacional do Esporte, que tratou da articulação no sistema nacional envolvendo setor público e privado, nos vários níveis, e conjunto de agentes que vão no caminho de ampliar e diversificar o financiamento do esporte; capacitar mais recursos humanos que intervém na atividade; especializar as tarefas dos agentes que compõe o sistema; ampliar infra-estrutura e vincular esporte e educação.


 


Vermelho – Qual a expectativa para um segundo mandato do Presidente Lula?
Orlando Silva Jr. – A reeleição do presidente Lula é fundamental para o esporte brasileiro porque ele foi o melhor presidente que o esporte teve e quem fala isso não sou eu, é o presidente Carlos Augusto Nuzman, do COB, são os representantes dos times de futebol, gestores municipais e estaduais e atletas, que avaliando todas as atividades do Ministério do Esporte chegam a essa conclusão. Eles percebem que o Ministério fez o que fez, sobretudo com a participação do Presidente Lula, que deu suporte, criou e apoiou todas as iniciativas. Com a reeleição do Presidente Lula, teremos mais quatro anos de desenvolvimento do esporte e a consolidação das ações e, mantendo a mesma linha, daqui a oito anos vamos nos surpreender com os resultados, porque os primeiros quatro anos foram da fundação e os próximos será de pleno desenvolvimento que vai permitir a completa transformação do esporte no  Brasil.


 


De Brasília
Márcia Xavier