Bolívia abandona estratégia “de gás por mar” com o Chile
A Bolívia não utilizará a estratégia “de gás por mar” nas negociações com o Chile porque esta é interpretada como uma chantagem que pode prejudicar o diálogo iniciado pelos dois países, disse nesta terça-feira (29/8) o chanceler boliviano, David Choquehua
Publicado 29/08/2006 12:14
“O presidente Evo Morales declarou que não iremos mais falar de 'gás por mar' porque soa como chantagem. Isto não significa que nós, uma vez melhoradas nossas relações, não tenhamos que tocar neste assunto”, disse o ministro, em entrevista coletiva em La Paz.
Essa estratégia de negociação condicionada com o Chile foi colocada pelo governo de Carlos Mesa (2003-2005) e aprovada em um referendo sobre política no setor do gás em julho de 2004.
Segundo o chanceler Choquehuanca, a Bolívia pode “compartilhar” com o Chile sua energia e este país seu litoral. Ambos poderiam ainda trabalhar para o reatamento das relações diplomáticas, suspensas desde 1978 após o fracasso de uma negociação sobre uma saída ao mar para a Bolívia.
Bolívia e Chile travaram uma guerra no final do século XIX, na qual os bolivianos perderam 120 mil quilômetros quadrados de território e 400 quilômetros de litoral. “Estamos falando de relações plenas, diplomáticas, estamos falando em algo para que a Bolívia tenha seu retorno ao oceano Pacífico com soberania, de compartilhar nossos recursos, neste caso energia com o Chile”, ratificou Choquehuanca.