Nanicos atacam Lula em propaganda na TV
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de ataques de candidatos nanicos na propaganda da TV exibida na noite desta quinta-feira (24/08). Cristovam Buarque (PDT), Luciano Bivar (PSL) e José Maria Eymael (PSDC) desferiram críticas ao petist
Publicado 25/08/2006 00:11
Alckmin falou num tom enérgico e assertivo, porém sem ainda partir para uma grande ofensiva contra o presidente –como querem integrantes de sua aliança.
Quem mais bateu em Lula nesta noite foi Cristovam Buarque, que criticou o Bolsa-Família afirmando que “está faltando escola no programa”. O candidato lembrou sua experiência como governador do Distrito Federal (1995-1998), quando implantou o Bolsa-Escola, um projeto que, segundo ele, diferentemente do Bolsa-Família, permite que o estudante “suba na vida”.
“O Bolsa-Escola dava dinheiro à mãe e escola ao filho dela”, disse Cristovam, cuja propaganda ainda mostrou vídeo de discurso em que o presidente Lula acusa os detratores do Bolsa-Família de se referirem ao programa como “esmola”. Cristovam afirmou que, tal como está, o projeto lulista ajuda as famílias, mas não vai muito além de esmola.
Outro candidato que atacou o presidente foi Luciano Bivar, para quem o governo federal “gasta R$ 50 bilhões com seus apadrinhados só para recolher impostos”, em crítica à carga tributária da União. Bivar prometeu implantar o imposto único. “Ninguém mais vai declarar o Imposto de Renda. Nenhuma empresa terá de pagar impostos, o custo de produção vai diminuir e não haverá fiscais”.
Já Eymael lembrou o fato de Lula não ter ido ao debate da TV Bandeirantes no último dia 14 e mostrou uma cadeira vazia, à qual atribuiu a responsabilidade pelos males do país. “A saúde está precária e a educação não tem qualidade porque a cadeira está vazia”. Eymael também disse que o Brasil foi “humilhado” quando a Bolívia colocou suas tropas na refinaria da Petrobras.
Estranhamente, Bivar e Eymael utilizaram frases e argumentos muito semelhantes com os utilizados em peças publicitárias do PSDB e discursos de lideranças tucanos e pefelistas.
“Veja como são as coisas”
A propaganda de Gerlado Alckmin foi aberta com o depoimento de uma eleitora que protestou contra o fato de Lula dizer que não tinha conhecimento das atitudes de seus subordinados envolvidos em escândalos de corrupção. “Tenha dó, fala sério”, disse a mulher.
O tucano destacou suas realizações à frente do Estado de São Paulo na área da saúde e prometeu implantar em todo o país projetos que, segundo a propaganda, foram bem sucedidos. Entre outros pontos, Alckmin disse que vai fazer obras de saneamento básico pelo Brasil, reimplantar os mutirões da saúde e distribuir remédios gratuitamente, com o projeto dose certa.
Alckmin falou em um tom mais enérgico ao longo de todo o seu programa e não deixou de criticar Lula. “Veja como são as coisas, o atual presidente disse outro dia que a saúde deste país vai muito bem; isso é coisa de quem não sabe e quem não viu”, disse o tucano. Ao falar dos mutirões, argumentou que eles foram criados quando Serra era ministro da Saúde e que o atual governo os abandonou.
Antes de terminar, o programa trouxe seguinte jingle: “sanguessuga, mensalão, com Geraldo não tem isso não”. O candidato recomendou aos pais que levem seus filhos a postos de saúde no próximo sábado, dia 26, para a vacina contra a paralisia infantil.
5 bilhões para a educação básica
A educação dominou todo o programa de Lula nesta quinta. O presidente destacou projetos bem avaliados de seu governo na área e prometeu fazer mais. Apresentou jovens que teriam sido beneficiados pela criação e expansão de universidades federais e pelo ProUni (Programa Universidade para Todos), que concede bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior.
“A educação terá prioridade máxima no segundo mandato”, disse Lula, que garantiu que todos os níveis de ensino avançaram em sua gestão. “Da creche à universidade, meu governo investe em todos os níveis”.
O presidente destacou que o Fundeb (Fundo Nacional da Educação Básica) permitirá o investimento de R$ 5 bilhões anuais no setor, o que representa dez vezes mais, segundo o programa, do que o governo anterior, de FHC, investia. Lula também disse que o governo federal é o maior comprador de livros didáticos do mundo, com 120 milhões de unidades por ano.
O presidente criticou Geraldo Alckmin indiretamente ao citar o Prova Brasil, sistema de avaliação de alunos da quarta e da oitava séries. Disse que o projeto faz uma radiografia do ensino em todo o país e que apenas o Estado de São Paulo recusou-se a participar.
A propaganda petista lembrou que Lula não pôde estudar, no depoimento de uma beneficiária do ProUni. “O presidente Lula é tão cobrado por não ter o curso superior, [é por isso] que ele investe tanto no ensino”.
A campanha de Heloísa Helena (PSOL) reprisou a propaganda da tarde, que acusou Lula, FHC, Sarney e Alckmin de serem “todos iguais”.
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