Evo Morales ratifica ministro após censura no Senado
O presidente da Bolívia, Evo Morales, ratificou nesta quarta-feira (23/8) o ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz, em seu cargo, após este sofrer uma censura do Senado por causa de questionamentos à nacionalização do setor e à gestão da estatal de pet
Publicado 24/08/2006 08:47
Apenas duas horas depois de o Senado aprovar uma moção de censura com o voto da oposição direitista e na ausência dos parlamentares governistas, Morales fez o anúncio em cadeia de rádio e televisão, e enfatizou o avanço da nacionalização.
“O companheiro Soliz não está sozinho, está com o povo, com o governo, com seu presidente e fica ratificado e sempre será ratificado para que siga levando adiante este processo de nacionalização”, disse Morales em pronunciamento no palácio de governo.
O presidente acrescentou que Soliz lhe apresentou sua carta de renúncia, como exige a constituição do país em casos de censura. A nacionalização dos hidrocarbonetos, decretada em maio, e que tem em Soliz seu principal executor, seguirá adiante apesar da censura do Senado, classificada por Morales como “um fato vergonhoso contra a dignidade nacional, uma aberração contra a pátria”.
A decisão de Morales confirma o distanciamento entre o governo e a oposição direitista, comandada pelo ex-presidente Jorge Quiroga. Em seu pronunciamento, o presidente boliviano rejeitou o que chamou de “tentativa dos vendedores da pátria de outra vez privatizar os recursos naturais, o gás, os hidrocarbonetos”.