Libaneses retornam para áreas destruídas do sul
A destruição em massa de casas no sul do Líbano, assim como no sul de sua capital, Beirute, e a presença de restos de munição que podem ainda explodir são alguns dos problemas que as pessoas enfrentam ao retornar as áreas em que viviam, disseram hoje port
Publicado 18/08/2006 12:30
“Entre 50 e 80% das casas no sul do Líbano foram destruídas”, observou a porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Christiane Berthiaume, que ainda comentou que perto de 200 mil refugiados retornaram desde o fim da agressão israelense, na segunda-feira, ao sul do país e um número similar voltou ao sul destruído de Beirute.
Essas foram as áreas mais bombardeadas pelas forças israelenses durante os 33 dias de agressão ao Líbano. Em entrevista coletiva de várias agências humanitárias da ONU em Genebra, a porta-voz indicou que, além dos deslocados internos, “um número considerável de refugiados está retornando da Síria”.
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) destacou a rapidez com que os deslocados e refugiados libaneses estão voltando às áreas em que viviam, e assinalou que dos 180 mil que foram para a Síria, “mais de 107 mil cruzaram de volta a fronteira de maneira oficial apenas nos primeiros quatro dias do cessar-fogo”.
Retorno para a desolação
A porta-voz do Acnur, Jennifer Pagonis, disse que as autoridades locais acham que outros 10 mil cruzaram a fronteira de maneira não-oficial. “A grande maioria dos libaneses já retornou”, indicou, acrescentando que os refúgios temporários que tinham sido criados na Síria “ficaram vazios em sua maior parte”.
“O primeiro grande problema que essas pessoas vão enfrentar é a habitação. Há uma necessidade urgente de material emergencial, por isso se previu o envio imediato de 50 caminhões com ajuda”, explicou Berthiaume.
Socorro e recuperação
O Unicef calcula que durante as próximas seis a 12 semanas as organizações internacionais terão que continuar concentradas em atividades de socorro e recuperação, e que só depois desse período poderão começar a avaliar as necessidades para a reconstrução do país.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também expressou sua preocupação com os danos causados à infra-estrutura sanitária e anunciou que uma equipe de 50 voluntários, dirigidos por médicos, visitará diversas áreas do Líbano para realizar uma avaliação geral da situação desse setor.