PF desbarata esquema de contrabando que abastecia a Daslu
A Polícia Federal e a Receita Federal prenderam 79 pessoas nesta quarta-feira, numa ação contra “o maior esquema já constatado de fraudes no comércio exterior”. A organização de contrabando é acusada de movimentar R$ 1 bilhão por ano e sonegar ao menos R$
Publicado 16/08/2006 14:54
A megaoperação da PF é resultado de dois anos de investigação. Envolveu 1.300 policiais federais e servidores da Receita, estendendo-se por oito estados e até Miami, nos Estados Unidos. Batisada Operação Dilúvio, visa desbaratar um esquema criminoso que envolve sonegação de impostos, falsidade ideológica, evasão de divisas e cooptação de servidores. As investigações correm sob segredo de justiça.
Bastos: uma ação em 281
Ao anunciar a operação, respondendo a preguntas da imprensa em São Paulo, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que ela não tem qualquer motivação eleitoral. Segundo ele, essa é só mais uma das 281 operações realizadas pela PF nos últimos três anos.
“De maneira alguma. A operação vai amadurecendo com as escutas, as investigações, a inteligência e quando está pronta é deflagrada”, disse o ministro.
Numa casa, R$ 1 milhão em dinheiro vivo
Conforme as investigações da Operação Dilúvio, o grupo atuava há cerca de 10 anos, fraudando o valor das mercadorias importadas e sonegando impostos, entre outras ilegalidades. Os empresários atuavam em oito estados brasileiros, principalmente em São Paulo, e nos Estados Unidos.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Paraná, todos os empresários suspeitos de liderar o esquema já estão detidos. Um deles, que estava em Miami, apresentou-se voluntariamente e está retornando ao Brasil, onde será preso.
Durante as ações de busca e apreensão, foram encontrados US$ 1 milhão em dinheiro na casa de um empresário considerado um dos chefes da quadrilha, em Santa Catarina. De acordo com as investigações, o grupo importava os mais diversos produtos, de roupas e alimentos a equipamentos eletrônicos e pneus.
Daslu e Law entre os “clientes”
As mercadorias chegavam a grandes lojas. A operação pretende rastrear todos os beneficiados com o esquema a partir dos documentos que estão sendo apreendidos. Entre os “clientes” do grupo, segundo Saad, estão a botique de luxo Daslu e o empresário Law Kim Chong, que já foram apontados como sonegadores em investigações anteriores.
Ao todo, são 118 mandados de prisão a serem cumpridos pela operação iniciada na madrugada. Nove dos mandados são para funcionários da Receita Federal.
Com agências