Para Lula, governo não puniu inocente nem inocentou culpados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a desafiar a oposição a comparar as realizações de cada governo e, desta vez, incluiu a questão ética no pronunciamento realizado neste domingo (30/7), em Florianópolis. “As falhas e os erros cometidos em gove
Publicado 30/07/2006 16:40
Lula disse que nunca tolerou nenhum tipo de impunidade e que se manterá fiel a esse compromisso: “Nunca punimos inocentes. Mas nunca inocentamos culpados. Quem errou tem que ser punido”. Criticando o que chamou de campanha difamatória contra o governo, o presidente afirmou que o escândalo dos sanguessugas é um exemplo de como algumas informações têm sido distorcidas. “Na verdade, fomos nós que, através da Controladoria Geral da União, iniciamos as investigações. A própria CPI dos sanguessugas está fazendo o seu trabalho a partir de um relatório produzido pelo governo federal”.
Segundo Lula, as investigações apontam para o envolvimento de “mais de cem prefeitos do PSDB e do PFL”. e reafirmou que não admitirá nenhum tipo de impunidade. Prova disso, recordou o presidente, são as operações que a Polícia Federal tem realizado em todo o país. “A Polícia Federal tem desmantelado quadrilhas que operavam desde a década de 90 e nunca haviam sido incomodadas por governos anteriores”.
Ele também dirigiu uma mensagem à militância do PT, que compareceu em grande número ao Centro de Convenções de Florianópolis: “Não podemos abaixar a cabeça. Nenhum dos nossos adversários tem autoridade moral para nos atacar”. Para ele, a oposição “ofende o tempo todo, mas não é capaz de mostrar o que fez melhor que nós”. O presidente citou, como exemplo, a crítica de que os bancos tem tido grandes lucros nos últimos anos. “É melhor que os bancos lucrem do que fazer um Proer, que gastou uma fortuna para socorrer bancos em dificuldades”. A conclusão, disse Lula, é que “o ódio deles é pelas coisas boas que fizemos”.
Humildade
Sobre a campanha, o candidato da coligação A Força do Povo (PT, PC do B e PRB) lembrou que “não se ganha nada de véspera. Vejam o exemplo da Seleção. Vamos ter que disputar todos os minutos dessa campanha”. O ato reuniu mais de 3 mil pessoas, grande parte delas estudantes e especialistas da área de educação. Depois de ouvir o relato das várias experiências educacionais promovidas pelo governo federal em Santa Catarina, Lula disse que o evento o deixou de “alma lavada”.
O presidente voltou a enumerar os investimentos e as ações que a sua administração tem realizado para oferecer uma educação pública de qualidade em todos os níveis de ensino e completou: “Estamos preparando o Brasil para sair da lista de países emergentes e entrar na lista dos países efetivamente desenvolvidos. E esse salto se dará principalmente através da educação e do desenvolvimento econômico com inclusão social”.
Depois de citar os grandes projetos de infra-estrutura em andamento em várias regiões do país e as pesquisas com biodiesel e o H-BIO, entre outras que estão fazendo o “Brasil se tornar uma grande potência energética”, Lula dirigiu uma crítica à oposição: “Eles estão incomodados com o que fizemos até agora para o Brasil avançar. E vão ficar ainda mais quando perceberem a dimensão do que faremos nos próximos quatro anos”.
O presidente comentou também a escalada da violência no Oriente Médio, em especial a morte de 37 crianças libanesas, na madrugada deste domingo. Lamentando a perda de vidas inocentes e lembrando que “judeus e árabes convivem pacificamente no Brasil”, Lula disse que o conflito ilustra a necessidade da ONU reformular o seu Conselho de Segurança. “É preciso democratizar o Conselho, que não muda os seus integrantes há 30 anos. Temos que ter mais países participando das decisões do Conselho. O Brasil, por exemplo, trabalharia para encerrar esse conflito”.
Da Redação, com Portal do PT