Lula desafia oposição a debater qualquer tema

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em comício realizado na noite de sábado (29/7), em Porto Alegre (RS), desafiou a oposição a debater as realizações de seu governo. “Quero debater qualquer tema – educação, saúde, geração de empregos, economia. Aí va

Lula citou vários exemplos de como o Brasil avançou nos últimos três anos e meio. Mas foi na área de educação que o candidato da coligação A Força do Povo mais se deteve. Ele lembrou que o Rio Grande do Sul “é um dos estados mais politizados do Brasil, senão o mais politizado” e atribuiu essa característica ao fato de que grande parte da população gaúcha “sempre teve acesso à educação. E é esse exemplo que quero para todo o país”.


 


A criação de dez universidades federais – número que igualou o recorde anterior , pertencente ao presidente Juscelino Kubitschek -, a expansão de cursos universitários para vários pontos do interior do país e a reativação das escolas técnicas foram alguns dos exemplos que Lula citou ao reafirmar o seu compromisso com a educação pública. “Educação não é gasto, é investimento na formação do povo. E meu governo vai continuar investindo mais e mais nessa área, porque o salto de qualidade que o país vai dar nos próximos anos passa necessariamente pela educação”.


 


Além da educação, Lula afirmou que o desenvolvimento econômico com geração de empregos e inclusão social serão os “pilares” de um segundo mandato. Nesse sentido, reafirmou que o Brasil já avançou muito, citando a geração de mais seis milhões de novos empregos, os avanços na reforma agrária, os 11 milhões de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família e os 3 milhões de brasileiros contemplados pelo Programa Luz para Todos. Para ele, o brasileiro não só compreendeu os avanços de seu governo, como também sente diretamente os benefícios desse processo, ao contrário da oposição. “Mas ela não entende o povo mesmo”, afirmou.


 


Lula também falou sobre o novo modelo de distribuição e geração de energia elétrica, lembrando que “mesmo com toda essa estiagem não teve apagão no Rio Grande do Sul. Nem em nenhuma outra parte do país”. Para o presidnete, a prova de que hoje o Brasil vive um momento excepcional está no fato de que “pela primeira vez estamos crescendo com inflação baixa, juros em queda e exportação, geração de empregos e salários em alta”. Isso, segundo ele, estaria frustrando a oposição, “que achava que um metalúrgico não teria condições de dirigir o país”. Criticando o “ódio e o preconceito” contra o PT, Lula conclamou os militantes a levantar a cabeça porque “não podemos aceitar calados ataques de gente que nunca teve a mínima postura ética na vida”.


 


Em um dos momentos mais aplaudidos do comício, Lula brincou com o público ao recordar que, em campanhas passadas, sempre apareciam faixas pedindo a expulsão do FMI do país. “Cadê as faixas? Cadê o fora FMI?”, perguntou para, em seguida, acrescentar que o Brasil quitou a sua dívida com o FMI sem alarde e de forma pacífica. Para o presidente, esse é mais um exemplo de que “cumprimos a totalidade dos compromissos assumidos com o país”.


 


Apoios
A campanha pela reeleição do presidente recebeu, também em Porto Alegre, o apoio de 52 prefeitos de seis partidos: PT, PMDB, PSB, PDT, PTB e PP. O ato aconteceu no Hotel Sheraton, no intervalo entre o comício de São Leopoldo, encerrado no início da tarde, e o de Porto Alegre. Para os prefeitos, o apoio à Lula é conseqüência direta do apoio que os municípios receberam durante o seu governo. “Nunca os municípios foram tão respeitados como agora”, afirmou Marcelo Gregório (PMDB), prefeito de Candiota.


 


Lula confirmou que estabelecer um diálogo produtivo com os prefeitos, independentemente da filiação partidária, foi e continuará sendo uma prioridade de seu governo, “ao contrário do que se via antigamente”. Segundo o presidente, várias leis e principalmente a Constituição de 88 transferiram uma série de responsabilidades para os prefeitos, “mas o governo federal não vinha garantindo o apoio necessário para que os municípios arcassem com esse aumento de demandas”.