Trabalhadores rurais protestam em sete regiões do Paraguai

Trabalhadores rurais de sete regiões do Paraguai iniciaram uma série de protestos em sete regiões do país nesta terça-feira (25/7). Os atos fazem parte da Campanha Nacional de Reforma Agrária Integral, cujos principais objetivos são obter terras, créditos

Cerca de 4.500 camponeses pretendem realizar mobilizações, bloqueio de estradas, marchas e novas ocupações em todo o Paraguai. O grupo condena a repressão do governo, exige uma resposta do presidente Nicanor Duarte a suas demandas e pede para que suas organizações não sejam vítimas de violência no interior do país.



Cerca de 50% da população paraguaia é formada por camponeses e trabalhadores rurais. No entanto, a maioria não é dona de sua terra, já que o Paraguai está dividido em grandes latifúndios.



“Se não houver respostas positivas do governo, teremos que extremar nossas medidas de força. Esse governo não nos fará correr”, afirmou Severiano Ojeda, dirigente de uma organização camponesa em Capiibary.



Repressão



A repressão sofrida por milhares de trabalhadores rurais no interior do país é uma das principais críticas Movimento Campesino Paraguaio. Há denúncias de que mais de cem trabalhadores foram mortos nos últimos anos. “Nosso país está militarizado. No Paraguai se vive um regime semi-feudal, no qual uma oligarquia muito poderosa está presente em todas as esferas de poder”, afirma Belarmino Balbuena, dirigente do Movimento.



Há um clima de total impunidade no interior do país, segundo as lideranças dos trabalhadores rurais. Eles afirmam que grande parte dos problemas se deve à presença de soldados norte-americanos na região, já que os casos de violência e desaparecimentos aumentaram consideravelmente desde que suas bases foram montadas, com a anuência do governo paraguaio.