Bush veta entrada da Rússia na OMC
O presidente do Estados Unidos, George W. Bush, vetou o ingresso da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), um dos grandes objetivos de Putin na cúpula do G-8, que ocorre em São Petersburgo.
Publicado 15/07/2006 18:00
O encontro é realizado entre os sete países mais ricos do mundo, juntamente com a Rússia, e tem como convidado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As palavras do chefe da missão negociadora russa, Maxim Medvédkov, de que “nem hoje nem nas próximas semanas se assinará o protocolo” puseram fim a uma maratona de quatro dias de consultas ininterruptas com a parte norte-americana, encabeçada pela representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab. “Apesar de todos os esforços não foi possível conseguir um acordo sobre os temas pendentes”, disse Medvédkov, citado pela agência Interfax.
Às vésperas da cúpula, Putin havia acusado os Estados Unidos de colocarem “impasses artificiais” ao acesso da Rússia na OMC, e advertiu que se um acordo comercial não fosse assinado com Washington, a Rússia se sentiria liberada dos compromissos que assumiu em negociações anteriores. Porém, o presidente russo disse neste sábado que Moscou continuará trabalhando para ingressar na organização. A Rússia já fechou negociações comerciais bilaterais com outros países da OMC (149), à exceção dos Estados Unidos, o que impede seu ingresso na organização, já que para tanto precisa ter consentimento de cada um de seus membros.
O chefe da Casa Branca, antes de chegar a São Petersburgo, assinalou que não havia acordo com a Rússia em âmbitos como a agricultura e a defesa da propriedade intelectual, e disse que a parte norte-americana leva a cabo “negociações justas”. “Queremos que o acordo seja aprovado pelo Congresso”, afirmou. Na quinta-feira passada, cerca de 20 senadores democratas, encabeçados pelo líder da minoria do Senado, Harry Reid, solicitaram a Bush que não se apressasse a fechar o acordo comercial com a Rússia. Anteriormente, alguns legisladores chegaram a pedir ao presidente que anulasse inclusive sua participação na cúpula do G-8, devido aos “retrocessos da democracia na Rússia”.
Com agências