Fraude das ambulâncias tem dimensões nacionais, diz Biscaia
Publicado 11/07/2006 12:12
Biscaia está no Mato Grosso, junto com outros integrantes da comissão para acompanhar o depoimento que o empresário Luiz Antônio Vedoin, da empresa Planam está prestando ao juiz da Segunda Vara Federal de Cuiabá, Jefferson Schineider. Para o parlamentar, o depoimento que começou na segunda-feira da semana passada (3) é um fato inédito no Poder Judiciário que, segundo Biscaia, decidiu colaborar.
"Ele está revelando, em detalhes, todo o esquema da quadrilha criminosa. Não tenho dúvida de que esse depoimento, no momento em que puder ser revelado, será uma prova inquestionável e vai responsabilizar, em toda essa trama criminosa, um número grande de parlamentares federais”, informou o presidente da CPMI das Sanguessugas. O deputado acrescentou que o empresário, que recebeu a prerrogativa de delação premiada, além de revelar fatos, tem apresentado documentos.
“Muitas vezes para obter o benefício da delação premiada a testemunha começa a revelar fatos que não consegue comprovar. Neste caso é completamente diferente. Cada um dos episódios que é revelado vem acompanhado de uma farta documentação, que tem sido apresentada independentemente daquela que já tinha sido apreendida pela Polícia Federal. Não tenho dúvida, que neste caso, teremos a prova documental confirmando o depoimento”, afirmou.
Biscaia disse que o juiz se comprometeu a repassar o material à comissão, após a conclusão dos depoimentos. “Creio que no mais tardar até quinta-feira estará concluído e imediatamente será repassado para a presidência da CPMI. Já fizemos o contato com o magistrado e há o compromisso dele de encaminhar o material”, avaliou.
Para o parlamentar, é possível que a comissão conclua o seu trabalho ainda nos primeiros dias de agosto, como era o objetivo inicial dos integrantes. Biscaia afirmou que, como qualquer fato que revela a participação de parlamentares o resultado do depoimento será um abalo muito forte no Congresso Nacional.
Ele voltou a defender a necessidade de garantir a abertura de processos de cassação de parlamentares envolvidos apesar da eleição de outubro. “Já temos a convicção de que as dificuldades serão imensas para iniciar qualquer processo de cassação, ainda nesta legislatura. Temos que sustentar o ponto de vista de que se o fato comprova quebra de decoro e se um desses parlamentares obtiver a reeleição nós devemos defender o prosseguimento na próxima legislatura ou até o início de um processo de cassação já a partir de 2007”.