Superávit comercial tem melhor resultado, mas deve cair
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,082 bilhões em junho, elevando para US$ 19,541 bilhões o saldo acumulado no primeiro semestre do ano. Foi o melhor resultado mensal da balança no ano.
Publicado 03/07/2006 16:30
As exportações em junho somaram US$ 11,435 bilhões e as importações foram de US$ 7,353 bilhões. A média por dia útil das vendas externas foi de US$ 544,5 milhões no mês passado, enquanto que a média das importações foi de US$ 350,1 milhões no período. Mas o resultado final do ano deve ficar ao redor de US$ 40 bilhões, de acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Em janeiro, quando divulgou os números da balança comercial de 2005, o ministro havia informado apenas a meta de exportações para o ano que é de US$ 132 bilhões. A previsão feita nesta segunda-feira por Furlan mostra redução do saldo comercial neste ano, já que em 2005 o superávit comercial ficou na casa dos US$ 44 bilhões.
Furlan está analisando os números da balança comercial no semestre e, a partir desse estudo, fará uma nova projeção dos dados das exportações e do saldo. "Mas adianto que, tudo indica, o saldo vai ficar ao redor de US$ 40 bilhões", afirmou o ministro. Ao comentar os números do primeiro semestre, Furlan ressaltou que as exportações de janeiro a junho ficaram US$ 400 milhões abaixo do esperado. Esse montante corresponde, segundo ele, a um dia de vendas externas.
De acordo com o ministro, as exportações de junho foram surpreendentes, superando em US$ 800 milhões o resultado de junho de 2005. Isso porque, segundo ele, a última sexta-feira, dia 30 de junho, foi atípica para as vendas externas. Pela primeira vez na história, as exportações ultrapassaram o valor de US$ 1 bilhão em um único dia. Na avaliação do ministro, este salto está relacionado ao fim da greve dos auditores fiscais, que represava as vendas externas, além do final do mês, do trimestre e do semestre, o que leva muitas empresas a fazerem grandes esforços, para fechar embarques e contas.
Câmbio e exportação
O ministro acredita que, nas próximas semanas, haverá regularização das exportações retidas por dois meses de greve dos fiscais. Por enquanto, na avaliação do ministro Furlan, a média de US$ 132 bilhões para o ano nas vendas externas está se comprovando bem como o incremento das importações. "Não há um quadro muito diferente do que foi traçado pelo governo. O que nos preocupa é que setores de mão-de-obra intensiva e consumidores de insumos nacionais têm perdido competitividade", lamentou o ministro.
Furlan informou que se reuniu na sexta-feira passada com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e ficou acertado que o Ministério do Desenvolvimento, a Fazenda e o Banco Central vão retomar os estudos sobre medidas que auxiliem as exportações de setores que vêm sendo prejudicados pelo câmbio. Furlan afirmou que o anúncio das medidas será feito por Mantega e preferiu não detalhar as ações em estudo. No entanto, em conversas anteriores com jornalistas tanto Mantega quanto Furlan adiantaram que estão em estudos mudanças na cobertura cambial, novas linhas de financiamento aos exportadores e, eventualmente, alterações tributárias. Os dois ministros têm falado sobre o pacote de ajuda aos exportadores desde o dia 19 de maio.
Com agências