Chávez diz que pode não renovar concessões de emissoras “pró-imperialistas”
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou hoje não renovar as concessões outorgadas às emissoras de rádio e televisão privadas, a maioria alinhada com a oposição, pois disse não poder perm
Publicado 15/06/2006 17:04
Chávez pediu para ninguém estranhar se forem retiradas as concessões das emissoras privadas que mantêm a mesma conduta que em 11 de abril de 2002, quando apoiaram a derrubada frustrada do presidente.
Depois de destacar que a maioria das concessões acaba em 2007, Chávez ordenou a revisão das emissoras outorgadas que são alinhadas com a oposição.
"Nós não podemos ser tão irresponsáveis a ponto de dar concessões a um pequeno grupo de pessoas para o espaço radioelétrico, que é do Estado. Vai contra nós mesmos. E não me importo com o que dizem os oligarcas do mundo, mas sim com a sorte da minha pátria e a unidade da Venezuela."
O presidente também afirmou que seu governo demonstrou não ser "autoritário nem arbitrário", mas está disposto a atuar para "proteger" os venezuelanos.
Para Chávez, os canais opositores mantêm uma campanha "todos os dias" para "dividir" os venezuelanos com suas mensagens "dirigidas ao ódio e ao desrespeito às instituições". "Eles fazem guerra psicológica para debilitar e destruir uma nação, baseados numa suposta liberdade de expressão."
O líder venezuelano disse também que, após a tentativa de derrubada frustrada, o governo pode eliminar as concessões às televisoras. "Mas vamos chamar ao diálogo e à reflexão. Foi um erro? Creio que não, tudo tem seu momento."
Em 11 de abril de 2002, os canais de televisão privados interromperam uma cadeia de Chávez e dividiram a tela para transmitir um confuso tiroteio nas imediações do palácio presidencial de Miraflores, para onde foi desviada uma marcha opositora.
O episódio desenvolveu-se nas proximidades do palácio, repleto de chavistas, e deixou 19 mortos e dezenas de feridos.
As televisoras também se negaram a transmitir os distúrbios registrados em Caracas e outras partes do país, que causaram 40 mortos e precederam o retorno de Chávez ao poder em 14 de abril de 2002, com o apoio de militares aliados.
Fonte: Ansa