No Equador, presidentes andinos tentam relançar a CAN

Os presidentes das quatro nações membros da Comunidade Andina (CAN) iniciam hoje em Quito uma cúpula extraordinária na tentativa de relançar o bloco, que atravessa uma profunda crise. Convocada por Evo Morales, com o apoio de seu cole

Participam do encontro Alejandro Toledo, do Peru; Álvaro Uribe, da Colômbia; Evo Morales, da Bolívia; e o anfitrião Alfredo Palácio. Os quatro chefes de Estado querem reimpulsionar o bloco criado há 37 anos e que atravessa sua pior crise, desde que a Venezuela anunciou em abril passado sua saída do bloco após a decisão de Lima e Bogotá de selar com os Estados Unidos um Tratado de Livre Comércio (TLC). Em 30 de maio, na mesma capital, o presidente Hugo Chávez disse que o organismo estava morto porque os TLC firmados pelos países com os EUA violam as regulações e normas do grupo.

 

Entre os temas a serem discutidos no encontro está a necessidade de se chegar a um consenso para solicitar em conjunto aos Estados Unidos a prorrogação da vigência do acordo de preferências tarifárias (ATPDEA), que concedem à região em troca dos esforços na luta contra o narcotráfico. O acordo expira no final do ano. Também será discutido um possível acordo de livre comércio com a Europa.


No 20º Conselho Ampliado de Ministros de Relações Exteriores da CAN realizado ontem (segunda-feira) estiveram presentes os chanceleres David Choquehuanca, da Bolívia; Carolina Barco, da Colômbia; Francisco Carrión, do Equador; e Oscar Maúrtua, do Peru, que reuniram-se a portas fechadas em escritórios do próprio hotel onde estavam hospedados. Eles não quiseram falar com a imprensa, o que contribuiu com a especulação de que não teriam alcançado uma opinião conjunta sobre os temas.


Há muitos rumores sobre as supostas "dificuldades de fundo" entre os quatro países e o tema da Venezuela e Estados Unidos que aparecem como cenário de fundo da discussão. Mas s
egundo a chanceler colombiana, Carolina Barco, houve avanços em torno do processo de negociação com a União Européia. Os ministros também teriam chegado a um acordo sobre a elaboração da carta dirigida a Washington com o objetivo de estender a ATPDEA.


O secretário geral da CAN, Allan Wagner, disse ontem que não acredita em uma desintegração do órgão porque existe a vontade dos presidentes de se reunir e isso significaria que há interesse em continuar no bloco. Depois do encontro, ainda hoje, os presidentes darão uma entrevista coletiva à imprensa quando divulgarão os documentos aprovados.
Da Redação
Com agências.