Fidel diz que Bush se embebeda com ataque no Iraque
O presidente de Cuba, Fidel Castro, disse que no bombardeio no qual morreu Abu Musab al-Zarqawi os Estados Unidos atuaram como "juiz e promotor".
Publicado 10/06/2006 13:39
"Agem como juiz e promotor, lançam bombas, cantam vitória, quase se embebedam de felicidade porque, como juízes do mundo, declararam que bombardearam os responsáveis pelo terrorismo", comentou o líder revolucionário no encerramento de um seminário sobre alfabetização. "Se estão bombardeando os terroristas, quando vai chegar a vez de Luis Posada Carriles?", acrescentou, em referência ao terrorista que conta com tratamento privilegiado de Washington.
Fidel Castro comparou a ação militar norte-americano à hipótese de que "Cuba se achasse no direito, por considerar que Posada é um superterrorista de verdade, a jogar uma bomba nele". "Não temos direito de lançar uma bomba. Não passa pela nossa cabeça semelhante barbaridade", disse. O presidente cubano disse também que os Estados Unidos "mataram um monte de gente procurando os acusados" de terrorismo. O líder revolucionário ironizou o perigo de Cuba estar na lista de países acusados de terroristas pelo Departamento de Estado norte-americano. "Quer dizer que temos que viver assustados, com medo de que aviões da Força Aérea dos Estados Unidos lancem duas bombas sobre nós? Só rimos disso", afirmou.
Aceitação
As forças agressoras no Iraque impuseram um clima de terror após o ataque. Foi decretado estado de emergência para prevenir manifestações e ações guerrilheiras. Esta medida oficial foi tomada, após Mohammad Omar, o segundo na hierarquia do Talibã, manifestar que a morte de Zarkaui “não debilitará os esforços dos maometanos contra as forças de ocupação”. As entidades islâmicas qualificam a ocupação militar do Afeganistão e do Iraque pelos Estados Unidos, de reedição das campanhas medievais cristãs contra os lugares santos da religião maometana.
Zarkaui era apresentado pelos agresores como o chefe da rede Al Qaeda no Iraque e sua aceitação popular complicou tanto as tropas norte-americanas que Washington ofereceu US$ 25 milhões por sua detenção, preferivelmente morto. Duas bombas de 227 kg foram lançadas contra o humilde imóvel na cidade de Ba’qüba, suficientes para pulverizar e liquidar qualquer ser vivo, segundo um vídeo divulgado pelas forças ocupantes.
Teleconferências
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que a morte de Zarqawi foi "uma grande vitória na guerra global contra o terrorismo". "Esse terrorista nascido na Jordânia era o comandante das operações da Al Qaeda no Iraque", disse Bush em seu discurso radiofônico da manhã de sábado. Al-Zarqawi "conduziu uma campanha de ataques com bombas e seqüestros que custou a vida a muitos soldados norte-americanos e milhares de iraquianos inocentes", disse Bush.
Segunda-feira, Bush reunirá seu "gabinete de guerra" em Camp David, a residência presidencial em Maryland, onde durante dois dias os comandantes militares e civis do governo analisarão a situação no Iraque. Na terça-feira, haverá teleconferências em Camp David com a participação dos comandantes militares norte-americanos no Iraque. Bush disse que também conversará, na ocasião, com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, assim como membros de seu gabinete.
Com agências