Lula diz que invasores da Câmara responderão pelos atos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente nesta quarta-feira a invasão do Congresso Nacional realizada na véspera por integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST).
Publicado 07/06/2006 16:25
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente nesta quarta-feira a invasão do Congresso Nacional realizada na véspera por integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST).
Lembrando que foi líder operário, organizou greves e passeatas e apresentou reivindicações a patrões e parlamentares, Lula disse que sempre agiu dentro dos limites da democracia.
"O que vimos ontem não foi cena de democracia e sim de vandalismo", disse Lula em cerimônia no Palácio do Planalto. "Quem pratica vandalismo pagarará pelo vandalismo praticado. Quem pratica a democracia, será beneficiado pela democracia que nós estamos construindo."
Integrantes do MLST, dissidência radical do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), invadiram a Câmara dos Deputados na terça-feira, causando depredação e deixando mais de 20 feridos, um deles com gravidade.
"O que aconteceu ontem no Congresso não foi um ato reivindicatório, até porque não apresentaram pauta. O que nós vimos ontem não foi uma cena de democracia, foi uma cena de vandalismo. Foi uma cena de pessoas que perderam o limite da responsabilidade no trato da coisa pública", acrescentou.
Respeito ao legislativo
Lula afirmou que, mesmo quem não gosta do Congresso, precisa entender que o Parlamento aberto é uma conquista da democracia.
"As pessoas podem até não gostar do Congresso Nacional. Eu fui deputado por quatro anos e desisti porque não quis mais ser deputado, mas todos nós aqui somos testemunhas de que este país era muito menos seguro e era menos gratificante quando a gente não tinha Congresso Nacional funcionando, fechado pelo autoritarismo brasileiro."
Após a cerimônia, Lula foi questionado por jornalistas se o líder do MLST, Bruno Maranhão, membro da Executiva do PT, deveria ser punido pelo partido. O presidente disse que este é um caso para o partido resolver.