Depoimento de Dantas na CCJ divide governistas e oposicionistas
O depoimento do banqueiro Daniel Dantas hoje (7), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, dividiu governistas e oposicionistas. Segundo a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), a audiência pública serv
Publicado 07/06/2006 17:25
O processo contra Dantas, por quebra fiduciária, foi movido pelo Citibank, acionista da Brasil Telecom, na justiça dos Estados Unidos.
Ideli disse que a intenção do banqueiro seria construir situações que lhe permitissem colocar-se como alguém que foi "pressionado, chantageado ou extorquido". A senadora afirmou que toda as vezes que o banqueiro teve seus interesses contrariados, tanto no governo Lula quanto no governo Fernando Henrique Cardoso, utilizou-se do expediente da espionagem para promover chantagens. "Ele é que opera como chantagista", ressaltou Ideli.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), entretanto, considerou "esclarecedor" o depoimento de Dantas. "Ele se referiu claramente a um processo de extorsão por parte do governo que aí está e deu detalhes", disse Virgílio.
No depoimento, Dantas afirmoue que o então chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, o chamou a seu gabinete, sem audiência marcada previamente, e determinou que procurasse o então presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, para tratar de "problemas com os fundos de pensão".
Em nenhum momento do depoimento, o banqueiro disse que sofreu qualquer tentativa de extorsão de membros do atual governo. Ele afirmou, entretanto, que foi prejudicado e ameaçado por autoridades do atual governo e citou Casseb. "Houve ameaças, fomos prejudicados, fomos discriminados", disse Dantas.