Hamas considera plebiscito sobre Israel “ilegal”
O primeiro-ministro palestino, Ismail Hanyieh, disse nesta segunda-feira que um referendo para reconhecer o Estado de Israel, proposto pelo presidente Mahmud Abbas, é "constitucionalmente" impossível.
Publicado 05/06/2006 15:14
"Do ponto de vista legal, da constituição e de observações de advogados da nossa lei e da lei internacional, não existe uma possibilidade legal de patrocinar um referendo em solo palestino sobre essa questão", disse Hanyieh durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, na Cidade de Gaza.
A declaração do primeiro-ministro é o sinal mais forte de que o Hamas não aceita o ultimato de Abbas, para que aceite um plano que reconheça a existência do Estado de Israel.
As conversas entre representantes do Movimento Islâmico Hamas e do Fatá terminaram nesta segunda-feira sem resultados, enquanto o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, prepara-se para comunicar amanhã a data de um referendo sobre o chamado "plano dos prisioneiros".
A informação foi divulgada pelos meios de comunicação locais, enquanto ainda não se sabe se ambas as formações retomarão os contatos ao longo do dia, antes que, à 0h, expire o prazo fixado pelo presidente palestino para determinar o dia do plebiscito.
Abbas quer que a população da Cisjordânia e de Gaza mostre seu apoio ou rejeição ao estabelecimento de um futuro Estado palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967, legalizando, ao mesmo tempo, o Estado de Israel.
O presidente da ANP disse hoje, após reunir-se em Ramalá com o alto representante de Política Externa e Segurança Comum da UE, Javier Solana, que não aceitará nenhuma modificação no plano elaborado por prisioneiros políticos palestinos encarcerados nas prisões israelenses. O acordo foi promovido pelo deputado do Fatá, Marwan Barghouthi, e foi aprovado inclusive por membros do Hamas presos em Israel.
Representantes do Fatah disseram que o Hamas esperará até a 0h de hoje para aceitar a iniciativa, também conhecida como o Documento de Reconciliação Nacional.
Abbas disse hoje que, se as organizações palestinas chegarem a um acordo sobre o documento dos presos, não haverá necessidade de convocar um plebiscito.
Cinco oranizações políticas — entre elas o Hamas e o Jihad Islâmico, além de milícias de pequenas dimensões — negaram-se a aceitar a fórmula de Abbas para reconhecer o estado de Israel e também um estado palestino dentro das fronteiras de 1967, embora tenham exortado o presidente a continuar o diálogo.
Com agências internacionais