Gilberto Gil e Jandira debatem TV Digital
Publicado 05/06/2006 11:22 | Editado 04/03/2020 17:06
O ministro anunciou que a discussão sobre TV Digital não envolve apenas os modelos americano, japonês ou europeu. “Há também o brasileiro, que não está completamente desenvolvido, e o da China, com quatro diferentes tipos. Qualquer que seja o modelo, o Brasil decidiu manter a possibilidade de escolha, para um modelo que deve se aperfeiçoar com as tecnologias desenvolvidas no Brasil”, disse. Gilberto Gil também afirmou que a nova “TV deverá permitir a inclusão digital, com entrada de novos agentes e com um novo marco regulatório para o setor”.
Para o ministro, “no mundo digital não há sentido se falar em canais, pela quantidade de novos espaços. Por isso, é preciso construir uma política de difusão”. Gil defendeu também a regionalização da programação, um projeto da deputada Jandira Feghali e que está parado no Senado Federal.
A deputada do PCdoB iniciou seu discurso dizendo que “a comunicação é estratégica para a democracia” e criticou a falta de debate sobre o novo modelo. A “TV é uma concessão pública, mas nós sabemos da ingerência política dela no destino do país. Nós temos tido uma grande parceria com o Ministério da Cultura, que tem tido uma posição avançada nesse assunto. A TV Globo, que tem a maior audiência do Brasil, não tem sequer um programa de debate”, criticou.
“O que importa é criar o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTV) que diga qual o modelo de televisão brasileira. A tecnologia digital traz a possibilidade de se criar outro modelo e um novo marco regulatório é decisivo. A TV será democratizada ou serão mantidos os mesmos radiodifusores?”, questionou a deputada.
No debate, o professor Gustavo Gindre denunciou que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, por ser dono de uma rádio, não poderia ser ministro desta pasta, pois é proibido por lei. Gindre ainda criticou Hélio Costa por não convocar a reunião do Conselho Consultivo sobre TV Digital. “O ministro Hélio Costa desrespeita um decreto do presidente Lula que define que a decisão sobre a TV só pode ser tomada depois de ouvir o Conselho. É lamentável a posição do ministro e isso nos deixa preocupado”.
Por ser um ano eleitoral, Gindre acredita que o poder de pressão dos canais de TV é maior, o que prejudicaria uma escolha melhor para a sociedade, e que democratize a comunicação. “Pedimos o adiamento da decisão para o ano que vem quando poderemos pensar melhor sobre a questão. A China, por exemplo, decidiu que só adotará a TV Digital em 2008”, informou Gustavo Gindre.