2006: Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação

No Dia do Meio Ambiente, comemorado nesta segunda-feira (5), o deputado Inácio Arruda (PCdoB-CE), destaca que a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu 2006 como o Ano Internacional dos Desertos e da Desertifica&ccedi

Inácio Arruda é autor do texto substitutivo ao projeto de lei de autoria do deputado federal, que institui a Política Nacional de Combate e Prevenção à Desertificação no Brasil, aprovado em maio passado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Segundo o parlamentar, uma área maior do que o estado do Ceará já foi atingida pela desertificação de forma grave ou muito grave. "São 180 mil quilômetros quadrados de terras degradadas e, em muitos locais, imprestáveis para a agricultura", destaca.

O projeto prevê o diagnóstico de áreas ameaçadas com fomentação de pesquisas sobre o processo de desertificação, a recuperação e o desenvolvimento da segurança alimentar das comunidades e áreas já afetadas, como também a sensibilização e o fortalecimento das comunidades para evitar ações de esgotamento do solo.

"Sem esquecer é claro, da democratização de acesso à terra e à água, planejamento de ações de base em bacias hidrográficas, cooperação entre órgãos de governo e ONGs, capacitação de técnicos e comunidades, instalação de sistemas de captação de água da chuva, entre outros tantos itens fundamentais para evitar a desertificação e a fome nessas regiões", enumerou Inácio.

Conscientização

Regiões secas constituem 41% da superfície terrestre e são habitadas por mais de dois bilhões de pessoas. Boa parte desse território está ameaçada de desertificação pela ação do homem. Com o intuito de alertar para os riscos que correm não só a natureza desses locais, como também os conhecimentos milenares de suas populações, a 58ª Sessão da Assembléia-Geral das Nações Unidas declarou 2006: Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação (IYDD).

O principal objetivo do Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação é conscientizar organismos governamentais e a sociedade civil da ameaça que a desertificação é para toda a humanidade. "Se pensarmos que entre 10 e 20% dessas terras ou está degradada ou é improdutiva e que o território ameaçado corresponde a 1/3 da superfície da Terra, podemos ter uma idéia da dimensão do problema. Mais de um bilhão de pessoas em cerca de 100 países têm sua saúde e modo de vida ameaçados pela formação de novas regiões desérticas", explica o parlamentar comunista.

O assunto preocupa as Nações Unidas há muito tempo. Em 1994 foi instituída a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD) passando a questão da desertificação para o patamar de desafio global, reunindo parceiros e buscando alertar a comunidade internacional para a gravidade do problema. Contudo, pouca atenção é dada a essa perda de produtividade do solo, o que fez com que fosse declarado o Ano Internacional.

Além disso, o combate à expansão de zonas desérticas, especialmente no continente africano, está na Agenda 21, programa de desenvolvimento sustentável de âmbito internacional. Uma das conclusões da Conferência Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em Joanesburgo, em 2000, é a de que UNCCD pode ser um importante instrumento de erradicação da pobreza em áreas áridas e que a falta de ação contra a desertificação é uma séria ameaça ao cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio, cujo prazo expira em 2015.

Eventos

Diversos eventos estão marcados para comemorar o ano em todo o mundo. Em Roma, um festival de cinema irá movimentar a capital italiana entre os dias 12 e 17 de junho – Dia Internacional de Combate à Desertificação. Em fevereiro foi lançado o livro "365 imagens do IYDD". Simpósios e Workshops sobre inúmeros temas ligados à desertificação já estão agendados.

Os Estados-Membros das Nações Unidas são encorajados a criar grupos de referência para organizarem atividades locais, que serão realizados pela sociedade civil e governos.

Serviço:

Mais informações podem ser encontradas no sítio do Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação (www.iydd.org) ou na página da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (www.unccd.int).

De Fortaleza

Emília Augusta