Empréstimos bancários correspondem a 32% do PIB em abril

Os empréstimos bancários mantiveram a trajetória de expansão verificada nos últimos meses e cresceram 1,9% no mês de abril, atingindo R$ 637,8 bilhões, o que equivale a 32,1% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país.

Isso é o que consta do relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado pelo Banco Central (BC). De acordo com o relatório, a expansão das operações de crédito nos últimos 12 meses chega a 20,3% e, como conseqüência, a relação entre volume de empréstimos bancários e PIB vem crescendo sistematicamente. A relação era de 28,1% em abril do ano passado, evoluiu para 31,7% no último mês de março e em abril chegou a 32,1%, um aumento de quatro pontos percentuais em um ano.
O documento do BC lembra que, a exemplo dos meses anteriores, prevaleceu a expansão de créditos concedidos a pessoas físicas e à indústria. Os empréstimos pessoais aumentaram 33,1% nos últimos 12 meses, enquanto as carteiras de pessoas jurídicas cresceram 17,5%. As pessoas físicas detêm R$ 204,6 bilhões das operações de crédito e a indústria tem saldo financiado de R$ 141,8 bilhões. O setor rural foi o segmento de mercado que menos cresceu nas operações bancárias em abril: apenas 1,3% no mês e soma R$ 68,5 bilhões, com ênfase nas liberações de recursos para a comercialização agrícola.
Comércio
O comércio também cresceu pouco (1,5%) e atingiu operações de R$ 67,7 bilhões, seguido da expansão habitacional de 1,8%, com recursos de R$ 31,3 bilhões. O maior desempenho das operações para pessoas físicas está associado ao crédito pessoal, que teve alta de 3,4% em abril, bem como aos financiamentos para aquisição de carro, que cresceram 1,8%. A taxa média de juros do crédito pessoal caiu de 67,8%, em março, para 65,3%, ao passo que os juros dos financiamentos de carros cederam de 34,4% para 34,1% nas operações prefixadas, mesmo patamar de juros dos empréstimos consignados, que recuou de 37% para 34,3% na relação março-abril.
As pessoas físicas também pagaram menos nos juros do cheque especial, que passaram de 146,4% para 145,4% no mês. Em compensação, os financiamentos para aquisição de eletroeletrônicos tiveram aumento de 56,9% para 59,4%, em razão da proximidade da Copa do Mundo e conseqüente crescimento da demanda por televisores e aparelhos de som. O custo médio das operações de crédito com pessoas físicas recuou 1,2 ponto percentual no mês, situando-se em 57,8%, o menor valor da série histórica iniciada em junho de 2000. A taxa média dos financiamentos para empresas teve retração menor, apenas 0,1 ponto percentual, e ficou em 30,6%, a menor desde setembro de 2004.

Tendências

O chefe do departamento econômico do BC, Altamir Lopes, afirmou que a tendência é de continuidade do crescimento do crédito para o mês de maio. Segundo ele, o crédito geral nos primeiros sete meses úteis do mês já aponta uma taxa de crescimento de 1,4%, com destaque para o crédito à pessoa física que demonstra aumento de 2,3%. "O movimento importante para esses primeiros dias de maio – e é o que a gente espera que se consolide ao longo de todo mês – é a continuidade de redução de taxa. Estamos observando uma redução bastante pronunciada de taxas a famílias e também uma redução bastante forte de taxa à pessoa jurídica", disse.
Questionado se o juro tende a continuar baixando ao longo do ano, Altamir Lopes, destacou que esse é um indicador difícil de ser estimado. "É uma tendência bastante marcada, porque estamos vendo isso há algum tempo, a expectativa é de continuidade, mas até quando vai essa tendência evidentemente que não se pode afirmar", ponderou.

Com agências